Orlando Silva responsabiliza Bolsonaro por invasão de área em Rondônia

O discurso inflamado de Jair Bolsonaro contra áreas protegidas continua prejudicando o país. Esta semana, uma operação da Polícia Federal retirou aproximadamente centenas de pessoas que invadiram, em 22 de outubro, a Floresta Nacional (Flona) do Bom Futuro, em Rondônia.

Flona - Reprodução da Internet

De acordo com reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, os invasores afirmaram que ocuparam a área estimulados pelo discurso do então candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro. Durante a campanha, em visita ao estado, Bolsonaro afirmou, entre outras coisas, que Rondônia tinha excesso de áreas protegidas, o que era “um absurdo”.

“O Bolsonaro falou, como o Brasil sabe, que as reservas não iriam existir mais”, disse um dos invasores à reportagem da Folha. “Reservas abertas”, corrigiu outro, em referência de que parte da área invadida na Flona já havia sido desmatada e convertida ilegalmente em pasto em anos anteriores. Os invasores apostavam na regularização da ocupação.

Desde janeiro, a Flona do Bom Futuro perdeu 737 hectares de floresta, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Trata-se da maior perda de cobertura vegetal nessa unidade de conservação em 12 anos.

Para o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), a irresponsabilidade do discurso de Bolsonaro tem custado muito caro ao Brasil.

“Gigantesca invasão de floresta amazônica aconteceu porque o ser das trevas incentivou – e incentiva – esse tipo de ação predatória. Precisamos virar essa página de horror”, destacou.

Além da PF, o ICMBio, a PM, policiais civis e bombeiros participaram da operação, segundo nota da PF. O Exército deu apoio logístico com três caminhões. O desalojamento deve durar três dias e terminará com a derrubada dos barracos por um trator.

Junto com a reintegração de posse, a Polícia Federal prendeu quatro pessoas acusadas de terem organizado a invasão. Elas seriam responsáveis por cadastrar famílias, recolher mensalidades, demarcar lotes e contratar advogados.