O 4º tsunami da educação e a certeza da luta do povo brasileiro!
Por Raíza Gomes Araújo, Vice-Presidente Sudeste da União Nacional dos Estudantes (UNE) e graduanda em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Publicado 09/09/2019 11:50 | Editado 04/03/2020 16:49
Dos negros escravizados, dos Malês, dos revolucionários pernambucanos, das grevistas de 17, dos guerrilheiros do araguaia, dos cara pintadas, dos sempre de luta, dos brasileiros!
Ao contrário do que a narrativa oficial das classes dominantes tenta defender a história do povo brasileiro é permeada e recheada por lutas e batalhas que edificaram esse país e faz pulsar em suas raízes o sangue dos que lutam e sonham.
Começando já no século XVI a primeira marca de luta vem dos povos indígenas que vítimas de um dos maiores extermínios da história do mundo resistiram em defesa de suas terras e de suas culturas. Depois, pelo simples direito de ser livre, de ser senhor de suas próprias ações, milhões de negros e negras escravizados, resistiram e lutaram em defesa de sua vida. Passando pelas diversas revoltas dos períodos imperiais que questionaram o significado de federalismo e independência chegamos a república. República que em todos os momentos teve na luta do povo a voz que garantia direitos básicos como: o direito ao sufrágio feminino, a consolidação dos direitos trabalhistas, a campanha “O Petróleo é nosso”, o direito à liberdade de expressão, a democracia…
Entretanto, como se deve imaginar, não só de vitória viveu esse povo. Infelizmente, sangue inocente como de Edson Luís e de luta como o de Dinalva Oliveira foram derramados para chegarmos até 2019 e ouvirmos centenas de declarações absurdas feitas pelo presidente da república, Jair Bolsonaro. O presidente e seus seguidores seguem negando a desigualdade social brasileira e a história de luta do povo em defesa de seus direitos.
Por isso, seguindo sua tradição de luta, no último dia 7 de setembro milhares de pessoas ocuparam as ruas de todo o país para dizer não aos cortes da educação, não a retirada de direitos e pela defesa do bem viver. No seu 25º ano, o Grito dos excluídos, questiona: quando faremos uma independência capaz de garantir o fim das diversas desigualdades sociais e a consolidação da soberania nacional ?