O 4º tsunami da educação e a certeza da luta do povo brasileiro!

Por Raíza Gomes Araújo, Vice-Presidente Sudeste da União Nacional dos Estudantes (UNE) e graduanda em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Grito dos Excluídos BH 2019 - Clarinha Barreto
Dos negros escravizados, dos Malês, dos revolucionários pernambucanos, das grevistas de 17, dos guerrilheiros do araguaia, dos cara pintadas, dos sempre de luta, dos brasileiros!
 
Ao contrário do que a narrativa oficial das classes dominantes tenta defender a história do povo brasileiro é permeada e recheada por lutas e batalhas que edificaram esse país e faz pulsar em suas raízes o sangue dos que lutam e sonham.
 
Começando já no século XVI a primeira marca de luta vem dos povos indígenas que vítimas de um dos maiores extermínios da história do mundo resistiram em defesa de suas terras e de suas culturas. Depois, pelo simples direito de ser livre, de ser senhor de suas próprias ações, milhões de negros e negras escravizados, resistiram e lutaram em defesa de sua vida. Passando pelas diversas revoltas dos períodos imperiais que questionaram o significado de federalismo e independência chegamos a república. República que em todos os momentos teve na luta do povo a voz que garantia direitos básicos como: o direito ao sufrágio feminino, a consolidação dos direitos trabalhistas, a campanha “O Petróleo é nosso”, o direito à liberdade de expressão, a democracia…
 
Entretanto, como se deve imaginar, não só de vitória viveu esse povo. Infelizmente, sangue inocente como de Edson Luís e de luta como o de Dinalva Oliveira foram derramados para chegarmos até 2019 e ouvirmos centenas de declarações absurdas feitas pelo presidente da república, Jair Bolsonaro. O presidente e seus seguidores seguem negando a desigualdade social brasileira e a história de luta do povo em defesa de seus direitos.
 
Por isso, seguindo sua tradição de luta, no último dia 7 de setembro milhares de pessoas ocuparam as ruas de todo o país para dizer não aos cortes da educação, não a retirada de direitos e pela defesa do bem viver. No seu 25º ano, o Grito dos excluídos, questiona: quando faremos uma independência capaz de  garantir o fim das diversas desigualdades sociais e a consolidação da soberania nacional ?