Partido Comunista é o grande vencedor nas eleições de Moscou

O Rússia Unida, partido do presidente russo Vladimir Putin, sofreu um revés neste domingo (8), nas eleições ao Parlamento de Moscou, ao perder um terço de suas cadeiras. Os partidários de Putin – que controlavam 38 das 45 vagas – agora estão com apenas 26. Os comunistas foram os grandes vencedores, com a conquista de 13 cadeiras, contra cinco no atual Parlamento. Já o partido liberal Yabloko (Rússia Justa, opositor) conquistou três cadeiras.

Putin

No que é conhecido como “dia único de votação” na Rússia, 56 milhões de eleitores foram convocados para irem às urnas, em eleições de diferentes níveis (regionais e municipais), realizadas em 85 diferentes localidades. A taxa de participação foi de 21,77%, levemente acima da registrada em 2014.

As eleições provocaram uma disputa entre o governo e a oposição, que protestou durante várias semanas contra a proibição de várias candidaturas de opositores. Em Moscou, 225 candidatos, de nove partidos, disputavam as vagas na assembleia legislativa (Duma) local. No entanto, 57 candidatos foram impedidos de concorrer – o que provocou as maiores manifestações populares do país desde 2012.

Diante da queda de popularidade de Putin, candidatos do Rússia Unida não se apresentaram, durante a campanha, como partido do governo – mas, sim, de uma forma mais pessoal. A tática foi em vão. Após a apuração de quase todos os votos, nove deputados do Rússia Unida não foram reeleitos, incluindo o líder moscovita Andrei Matelsky, que estava na Duma sem interrupção desde 2001. Os resultados definitivos devem ser conhecidos até esta terça-feira (10), segundo as informações oficiais.

Mas já é certo que, apesar da manutenção dos governadores ligados a Putin, o Partido Comunista apresentou expressivo crescimento nos parlamentos regionais. Parte do avanço comunista se deve a uma decisão do Yabloko – cujo principal líder, o blogueiro Alexey Navalni, convocou o “voto inteligente”, apoiando os candidatos em melhor posição para derrotar os governistas nesses pleitos. Com essa estratégia, o grupo de Navalny chegou a pedir voto para candidatos comunistas em muitos distritos, o que dividiu sua própria base.

Da Redação, com agências