Grito dos Excluídos em São Paulo protesta contra Bolsonaro

Vigésima quinta edição do ato tem manifestações em 132 cidades do país.

Grito dos Excluídos

Vestidos de preto, manifestantes criticaram o governo Jair Bolsonaro, pediram a liberdade do ex-presidente Lula e a defesa da Amazônia na marcha do Grito dos Excluídos neste sábado (7), em São Paulo.

A cor é um contraponto ao pedido do presidente Jair Bolsonaro para que a população saísse às ruas de verde e amarelo no dia da Independência. A informação é da Folha de S. Paulo.

O ato acontece tradicionalmente em paralelo aos desfiles cívico-militares do feriado. Esta é a 25ª edição.

Parte dos manifestantes pintou o rosto de verde e amarelo, como fizeram estudantes contrários ao então presidente Fernando Collor, que renunciou em 1992. Membros de movimentos estudantis, como a UNE, gritavam na marcha que "cara-pintada voltou".

Em duas faixas da Paulista, foi colocada uma faixa preta com a frase "Luto pelo Brasil".

Em São Paulo, os participantes se reuniram na praça Oswaldo Cruz, ao lado da avenida Paulista, e caminham até o Monumento às Bandeiras, próximo ao parque Ibirapuera.

Até as 11h, quando a marcha começou a se movimentar, a Polícia Militar contabilizava cerca de 2.000 participantes. Os organizadores, de início, estimaram em 30.000 pessoas no local, mas no final recalcularam e disseram apenas que havia "mais de 10.000" manifestantes.

Este ano, além de preto, predominava o tradicional vermelho.

Antes de sair, os organizadores do ato fizeram uma intervenção artística com uma maquete com plantas que representava a amazônia queimando – saía fumaça verde da maquete.

"Realizamos esse grito num momento muito dificil da conjuntura brasileira", disse o coordenador da CMP, Raimundo Bonfim, citando a situação da educação, emprego e o "desmonte generalizado das políticas públicas".

René Vicente, presidente da CTB em SP, criticou o "ecocídio patrocinado pelo presidente Jair Bolsonaro" e pediu vaias ao ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente).

Um levantamento da CMP aponta que o Grito dos Excluídos ocorrerá, neste ano, em 132 cidades, de todas as regiões do país, um recorde, segundo a entidade.