Com Bolsonaro, queimadas disparam 82% no Brasil

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgados nesta segunda-feira (19/08) apontam que o número de queimadas disparou no Brasil. Entre janeiro e 18 de agosto de 2019 – período em que o País estava sob a presidência de Jair Bolsonaro (PSL) –, as queimadas aumentaram 82% quando comparadas as ocorrências registradas em período similar no ano passado.

Céu escuro em SP

Segundo o Programa Queimadas do Inpe, nos primeiros oito meses deste ano foram registrados 71.497 focos de queimadas, contra 39.194 em 2018. Foi o maior número registrado desde 2013, primeiro ano de que o Inpe tem dados para o período. O recorde anterior ocorreu em 2016, o primeiro ano sob o governo ilegítimo de Michel Temer (MDB), quando foram registrados 66.622 focos.

Os estados com mais aumento de queimadas em relação ao ano passado foram: Mato Grosso do Sul (260%), Rondônia (198%), Pará (188%), Acre (176%) e Rio de Janeiro (173%). Os números do Mato Grosso, com 13.641 focos, correspondem a 19% do total das queimadas no Brasil neste ano – e a um aumento de 88% em relação a período igual de 2018.

Este mês de agosto vem batendo o recorde dos últimos sete anos, com 32.932 focos de queimadas, o que significa um aumento de 264% em relação a agosto de 2018. De acordo com os dados, gerados por imagens de satélite, nas 48 horas que antecederam o dia 19 de agosto, foram registrados 5.253 focos no Brasil. No mesmo espaço de tempo houve 1.618 focos na Bolívia, 1.166 no Peru, e 465 no Paraguai. Grandes áreas da Amazônia foram atingidas.

Segundo Alberto Setzer, pesquisador do Programa Queimadas do Inpe, as queimadas “são todas de origem humana, umas propositais e outras acidentais, mas sempre pela ação humana"”. Ao G1, Setzer declarou: “Para ter queimada natural, você precisa da existência de raios. Só que toda essa região do Brasil central, sul da Amazônia, está uma seca muito prolongada, tem lugares com quase três meses sem uma gota d'água”.

O fenômeno atmosférico El Niño contribui para aumentar a estiagem e também para espalhar o fogo. Mas, conforme o pesquisador, não pode ser apontado com a causa dos incêndios.

Nesta segunda-feira, uma névoa escureceu o dia em São Paulo, no Mato Grosso do Sul e no norte do Paraná. À Folha de S.Paulo, Franco Nadal Villela, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), afirmou que a escuridão na capital paulista resultou da combinação de ventos que levaram material particulado das queimadas no Paraguai, na divisa com Mato Grosso do Sul, com a chegada de uma frente fria com nuvens bastante carregadas.

Com informações da Deutsche Welle