Oito descobertas científicas da UFC e IFCE que você precisa conhecer

 

Oito descobertas importantes da UFC e IFCE

 Uso da pele de tilápia no tratamento de queimados, descoberta de exoplanetas e criação de aplicativo para mapeamento ambiental são alguns dos resultados de pesquisas desenvolvidas por cearenses na Universidade Federal do Ceará e no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE). 

O POVO Online listou oito descobertas científicas realizadas em instituições federais de ensino superior no Ceará. Confira:  

Pele de tilápia

 

Uma das pesquisas de maior projeção realizada por pesquisadores da UFC foi a que revelou benefícios do uso da pele de tilápia para tratar queimados. O material adere às feridas e a bloqueia do meio externo. Ao mesmo tempo, impede a perda de líquido. Uma das grandes vantagens é a redução da dor sentida com a constante troca dos curativos. Os médicos do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM) também constataram redução do tempo de cicatrização das lesões. A técnica, que inclusive foi destacada pelo presidente Bolsonaro, já foi usada por dezenas de pacientes vítimas de queimaduras atendidos no Instituto Doutor José Frota (IJF) e, recentemente, foi aplicada em procedimento inédito no mundo, quando ajudou em cirurgia de reconstrução vaginal após mudança de sexo.

Corante no combate ao Parkinson

 

Pesquisadores do Laboratório de Neurociências e Comportamento (LNC) do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM) da UFC descobriram que um corante, o Brilliant Blue-G (BBG), apresentou resultados positivos ao ser aplicado no tratamento da doença de Parkinson. Além de oferecer proteção extra aos neurônios, já que a doença os destrói, também reduz os efeitos colaterais da L-Dopa, droga usada no tratamento da doença. A pesquisa está em fase pré-clínica, na qual é aplicada em animais. Contudo, aponta avanços na busca por técnicas que possam minimizar o efeito da doença.

Exoplaneta semelhante a Júpiter

 

Localizado a cerca de 2,9 mil anos-luz da Terra, o exoplaneta IC 4651 9122B foi descoberto por um grupo de cientistas, entre eles o professor e astrofísico cearense Daniel Brito de Freitas, coordenador do Stellar Team, do Departamento de Física da UFC. O achado é considerado de grande relevância para a astrofísica. O exoplaneta é semelhante a Júpiter, com massa 6,3 vezes maior. Seu tamanho e localização criam condições para que outros corpos rochosos se desenvolvam no entorno da estrela que ele orbita. Para os cientistas, a situação é propícia para a formação de planetas com características semelhantes à Terra.

Natchup

 

Presença já constante nas prateleiras de supermercados, o Natchup é resultado de pesquisa genuinamente cearense, desenvolvida pela Universidade Federal do Ceará (UFC). O produto usa frutas e legumes naturais e livres de aditivos químicos e corantes. É feito com acerola, beterraba e abóbora, que são abundantes no Nordeste. O produto recebeu o selo Innovation Sial 2018, concedido em outubro durante o Salão Internacional de Alimentação (Sial), realizado em Paris, e é comercializado pela empresa cearense Frutã durante cinco anos, conforme parceria estabelecida com a universidade. Parte dos recursos arrecadados com a venda do Natchup são revertida para a UFC e para entidades sociais.

Cinzas de carvão usados em pavimentação e construção civil

 

Reutilização do material possibilita geração de receita e redução de impactos ambientais

 

As cinzas de carvão mineral produzidas por usinas termelétricas cearenses ganharam nova finalidade após pesquisa realizada pelo Laboratório de Mecânica dos Pavimentos da Universidade Federal do Ceará (LMP-UFC). Antes poluidor ambiental, o produto agora é reutilizado no setor de pavimentação e construção civil, em construção de paredes, massa do meio-fio e calçamento. A pesquisa trouxe novas perspectivas para o resíduo, que antes se acumulava em toneladas e eram misturados com aditivos químicos em módulos para depósito de insumo. Com a nova finalidade, o produto passa a ser comercializado e os impactos ambientais são reduzidos. Sua aplicação pode ser feita em camadas de pavimentos, aterros estruturais, blocos de cinza e cal, cerâmicas, materiais para impermeabilização de bacias de contenção, remediação de solos, dentre outras.

Segmentação pulmonar em 3D para acompanhamento médico

 

Pesquisa realizada pelo Laboratório de Processamento de Imagens, Sinais e Computação Aplicada (Lapisco), do IFCE, em parceria com o Hospital Universitário Walter Cantídio, da UFC, dá mais celeridade aos diagnósticos e acompanhamentos médicos na área de pneumologia. A técnica de segmentação de pulmões sadios e doentes com detalhes em três dimensões permite o acompanhamento de doenças nos consultórios. O método analisa dados coletados por meio de tomografia computadorizada e calcula a porcentagem de cada faixa de densidade pulmonar presentes na vizinhança de um determinado pixel, com resultados inclusive mais preciso, se comparado a outras técnicas aplicadas atualmente.

Barco de análise da qualidade da água



Barco autônomo é desenvolvido por pesquisadores do IFCE

 

Diante do risco de contaminação por entrar em contato com águas extremamente poluídas para realizar coleta, os pesquisadores Marcelo Laranjeira Melo e Auzuir Ripardo de Alexandria, do IFCE, desenvolveram um barco autônomo para monitoramento de reservatórios. O equipamento realiza medições como pH, oxigênio dissolvido, potencial de oxirredução, além da temperatura da água e do ambiente.

Aplicativo de mapeamento ambiental

 

Aplicativo criado por professores e estudantes do curso de Sistemas da Informação do campus Crato, o Ecomapps realiza mapeamento ambiental e já é utilizado em parques estaduais do Ceará. Desde setembro do ano passado, visitantes do Parque do Cocó podem usar o sistema para aprender sobre fauna e flora do local. Por meio de QR codes espalhados na trilha é possível saber o nome científico, nome popular, origem, usos e características de plantas e animais, por exemplo. No Cocó, são cerca de 60 pontos mapeados. O aplicativo está disponível, atualmente, no Parque Estadual Sítio Fundão, no Crato, e na Área de Relevante Interesse Ecológico das Águas Emendadas, em Tauá. Ele deve ainda ser implantado no Parque Botânico, em Caucaia.