Entidades de 5 continentes marcam presença na Marcha das Margaridas 

Além de milhares de mulheres trabalhadoras rurais de todo o Brasil, a Marcha das Margaridas também conta com a presença e o apoio de mais de 50 mulheres de diversas organizações da agricultura familiar de diversos países da América do Sul, América Central, África, Europa e Ásia. É a maior mobilização de massa da América Latina protagonizada por mulheres.

Marcha das Margaridas

Na opinião da secretária técnica do Programa Diálogo Regional Rural (PDRR), Mirna Yanete, de El Salvador, a Marcha é uma referência para a luta de mulheres rurais de todo o mundo. “Observamos toda a preparação para a Marcha desde o ano passado, e essa união de critérios, conhecimento, liderança e participação dinâmica das mulheres rurais do Brasil agitada pela Contag nos chama muita atenção”, afirma Mirna.

“Todo esse processo de construção da mobilização é importante para os países da América Central. Para nós, como dirigentes, participar desse momento também é uma grande oportunidade de aprendizagem para seguir promovendo a agenda da agricultura familiar em nosso território”, completa a dirigente salvadorenha.

Não só o porte da Marcha é reconhecido mundialmente – mas também os resultados que já foram conquistados desde o início da mobilização, em 2000. Quem fala sobre isso é a paraguaia Florinda Silva, coordenadora de Políticas para Mulheres da Coprofam (Confederação de Organizações de Produtores Familiares do Mercosul).

“A Marcha é uma ação altamente política, pois apresenta demandas concretas aos governos sobre as necessidades existentes hoje em dia no campo, especialmente para as mulheres. Há muitas políticas públicas que existem hoje no Brasil que foram conquistadas pela Marcha das Margaridas. Não somente para as mulheres, mas para todos os setores vulneráveis dos agricultores de todo o Brasil”, declara Florinda. “O mais importante é que essa ação é construída desde as bases, onde as demandas são prioritárias.”

Uma das pautas que a comitiva internacional traz à luta da Marcha das Margaridas é a Década da Agricultura Familiar das Nações Unidas, como lembra a secretária técnica do Fórum Rural Mundial, Laura Lorenzo, da Espanha. “Viemos dizer às Margaridas que temos uma Década aprovada por unanimidade por todos os países das Nações Unidas”, afirma Laura.

Segundo ela, “é uma oportunidade única e importante de demonstrar ao mundo que a agricultura familiar é a chave para o desenvolvimento sustentável. Vamos debater para que as mulheres possam trabalhar juntas e colaborar com ações conjuntas fazer da Década um sucesso, e isso inclui melhorar a situação das mulheres rurais em todos os continentes”.

Ao todo são 54 mulheres em comitivas das seguintes organizações parceiras da Marcha das Margaridas:

– Fórum Rural Mundial (FRM)
– Confederação de Organizações de Produtores Familiares do Mercosul (Coprofam)
– International Land Coalition (ILC)
– Asian Farmers Association (AFA)
– Plateforme Regionale des Organisations Paysannes d’Afrique (Propac)
– National Land Rights Forum (NLRF)
– Réseau des Organisations Paysannes et de Producteurs de l’Afrique de l’Ouest (Roppa)
– FNT-CGTP-ABA
– Sindicato Industrial de Trabajadores Gastronómicos, Hoteles, Comercios y Afines (SITGHCA)
– Federacion Nacional de Mujeres Trabajadoras (Fenamutra)
– Unión Internacional de Trabajadores de la Alimentación, Agrícolas, Hoteles, Restaurantes, Tabaco y Afines (Rel –Uita e Uita Genebra)
– Confederação Nacional da Alimentação (Contac)
– Sindicato Nacional de Trabajadores de la Industria Agropecuaria (Sintrainagro)
– Sindicato de Trabajadores del Instituto Nacional de Aprendizaje (Sitraina)
– Unión del Personal Auxiliar de Casas Particulares (UPACP)
– Sindicato Nacional de Trabajadores de la Industria de las Bebidas, Alimentos, Sistema Agroalimentario, Afines y Similares en Colombia (Sinaltrainbec)
– Programa Diálogo Regional Rural (PDRR)

Com informações da Marcha das Margaridas