Congresso ignora Bolsonaro e reforça agenda própria

A escalada de ataques do presidente Jair Bolsonaro a adversários e instituições nos últimos dias e a releitura de fatos históricos vão reforçar a disposição do Congresso em tocar uma agenda própria no segundo semestre.

(Foto: Reprodução)

Após o própriopresidente dizer que não vai mudar seu “jeito”, líderes partidários planejam atuar à revelia de Bolsonaro, segundo o jornal O Globo.

A intenção é priorizar a agenda econômica e reagir pontualmente a propostas do Executivo que considerem extemporâneas. Parlamentares voltam do recesso e retomam os trabalhos na próxima semana.

Em meio à série de polêmicas provocadas por declarações de Bolsonaro, políticos aproveitam para marcar suas posições, como uma antítese do Planalto.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), gravou um vídeo em que defende a liberdade de expressão. As imagens foram exibidas em ato de apoio ao jornalista Glenn Greenwald, do site Intercept Brasil, um dos alvos do presidente da República.

Bolsonaro chegou a dizer que Greenwald poderia “pegar uma cana” no Brasil por ter publicado supostas conversas entre o ministro da Justiça, Sergio Moro, e procuradores da Lava-Jato.

Parlamentares também se solidarizaram com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) , Felipe Santa Cruz, por meio de mensagens e telefonemas. Apesar de documentos oficiais, Bolsonaro negou que seu pai, Fernando Santa Cruz, desaparecido durante a ditadura militar, tenha sido morto por órgãos da repressão.

Um dos principais nomes do PSDB no Senado, José Serra (PSDB-SP) afirma que as declarações recorrentes do presidente só contribuem para atrapalhar a relação com o Congresso. O Senado deve receber neste mês a proposta de "reforma" da Previdência, após votação em segundo turno na Câmara.

O líder do DEM na Câmara, Elmar Nascimento (BA), afirma que os deputados devem se concentrar na votação da agenda econômica, independentemente das polêmicas criadas pelo governo: