Novos diálogos entre Moro e Dallagnol são graves, dizem parlamentares

Em parceria com o The Intercept Brasil, o jornalista Reinaldo Azevedo revelou nesta segunda-feira (15) no programa É da Coisa, transmitido pela Bandnews FM, diálogos inéditos mantidos entre o então juiz Sérgio Moro e Deltan Dallagnol. Neles, o procurador da Lava Jato queria aval de ex-juiz para usar R$ 38 mil da 13ª Vara para fazer campanha publicitária.

Deltan e Moro

Em outro trecho das conversas mostra que Deltan e Moro marcaram reuniões para definir o futuro da Lava Jato. A revelação é mais uma prova de que o ex-juiz coordenava ilegal e informalmente a operação.

O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) considerou os novos diálogos uma verdadeira “promiscuidade”. “As novas denúncias da #VazaJato são gravíssimas. Reuniões entre juiz, acusação e polícia para combinar operações, um inacreditável pedido de dinheiro público para promover medida de interesse do procurador. Relação promíscua entre julgador e parte!”, disse no Twitter.

Para a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) a situação revela quem de fato mandava na Lava jato. “Moro orientando a condução da Lava Jato, com direito a reunião para alinhar as novas prioridades da investigação”, diz.

“É o fim do que conhecemos como democracia. Segundo Intercept, a dupla Dallagnol e Moro tramou por anos na escuridão vilipendiar a Justiça por interesse próprio. Um, com projeto de poder, outro, para lucrar. É nojento, abominável e medieval”, disse a líder da Minoria na Câmara, Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

Para o senador Humberto Costa (PT-PE), líder do seu partido, os diálogos revelam algo muito grave. “Valeu tudo na Lava Jato. Conversas reveladas mostram que até dinheiro Deltan pediu a Moro para uma campanha publicitária. O juiz, que não só orientou a acusação ilegalmente, ainda financiou com verba da Vara um ato da acusação”, afirmou.

Ele também destacou que o diálogo dos dois mostra que a Lava Jato era, ilegalmente, comandada pelo juiz. “Procuradores e a própria PF eram subordinados a ele. Não há mais dúvida sobre quem era o chefe dessa organização”, concluiu.