Lava Jato usou gravação ilegal de doleiro premiado

No depoimento que prestou à corregedoria da Polícia Federal, sobre o grampo clandestino instalado na cela 5 da carceragem da Lava-Jato em Curitiba, o doleiro Alberto Youssef confirma que integrantes da operação, como os delegados Márcio Anselmo e Erika Marena, abordavam em depoimento assuntos que os presos haviam discutido apenas dentro da cela monitorada.

Doleiro Alberto Youssef poderia lucrar com o acordo de delação premiada.

“Se recorda se os assuntos que o declarante e outros presos da operação Lava-Jato conversavam na cela era (sic) questionado posteriormente pelos delegados Marcio Anselmo, Erika Marena ou outro delegado que os interrogava? “, questionaram os investigadores, segundo informações de Robson Bonin, na coluna Radar do site da revista Veja.

“Com certeza”, disse Youssef.

O doleiro também confirma que abordou assuntos sigilosos de sua estratégia de defesa na cela grampeada, o que teria violado seu direito constitucional. Youssef diz aos investigadores que não questionou as possíveis violações porque acabou fechando acordo de delação com a Lava-Jato logo depois.