Presidente cubano diz que é preciso pensar na indústria

Na Assembleia Nacional do Poder Popular, o presidente cubano Miguel Díaz-Canel Bermúdez reiterou que o país tem dois setores no quais é preciso crescer: o agroindústrial e a indústria manufatureira.

Yudy Castro Morales – Granma

Cuba

"Que o primeiro olhar de todo aquele que necessite algo seja para nossas indústrias. É preciso pensar primeiro na indústria cubana antes de importar, e se ela não pode assumir o pedido, pensar então no que é preciso transformar para cumprir com as demandas. É preciso pensarmos como país".

Tais reflexões, que por serem estratégicas e urgentes devem ser reiteradas até a sua materialização, nortearam as palavras de Miguel Díaz-Canel Bermúdez, presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, ao falar na quarta-feira, 10 de junho, na sessão de trabalho da Assembleia Nacional do Poder Popular, na qual se informou sobre a gestão dos ministérios das Indústrias e o do Turismo.

Ao se referir à chamada indústria do lazer, assegurou que os cubanos devemos defendê-la não só pela frequência com a qual possamos desfrutar das suas opções, mas pelo que contribui para o desenvolvimento econômico e social do país, e por seu modo de defender nossa cultura, identidade, valores e idiossincrasia.

"Para conseguir maior eficiência", insistiu Díaz-Canel, "e para que seja a locomotiva da economia, é preciso potencializar as ligações produtivas com a indústria nacional". Isso, segundo a sua opinião, "foi se conseguindo, mas ainda resta um longo caminho por andar".

Mas, além das dificuldades, destacou os resultados de um setor que figura entre «as atividades que mais ingressa dinheiro líquido ao país. Se o potencializamos e o tornamos mais eficiente, crescerão os ingressos».

Também chamou a atenção sobre a capacidade do Turismo para gerar empregos, fomentar uma cultura empresarial, fortalecer os nexos com a economia interna, o investimento estrangeiro, o setor não estatal e com os programas de desenvolvimento local.

Díaz-Canel tampouco deixou de se referir ao desdobramento desta indústria sobre uma concepção de desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, aprofundou na transformação de métodos de trabalho: já não se realizam enormes movimentos de terra, conserva-se a vegetação autóctone, não se constrói com densidades maiores de 25 habitações por hectare nem alturas que ultrapassem a vegetação, protegem-se os ecossistemas, potencializa-se a reutilização da águas, o uso de usinas de tratamento de resíduos, bem como o emprego de energias renováveis.

Pelo reconhecimento alcançado no âmbito internacional, o Turismo, disse, «também é expressão de convocatória. Reconheceu, portanto, a disposição de vários investidores de continuar apostando em Cuba, bem como o apoio mostrado por vários governos aos seus empresários perante as ameaças da Lei Helms-Burton.

"Onde é preciso continuar trabalhando é na qualidade do serviço", afirmou. "O mais complicado era desenvolver a planta hoteleira, agora o que nos deve distinguir é a originalidade das ofertas".

Convocou a desenvolver novos produtos turísticos, não somente sol e praia, mas sim propostas ligadas à atividade de saúde, a cultura, a história, os temas do patrimônio e natureza, onde esteja sempre presente a cubanidade.

Cuba é atraente, enfatizou, "pela segurança, a qualidade do povo, a cultura, a história, os afetos, os valores sociais; porque é símbolo de esperança; porque Cuba se respeita".

De igual modo, o presidente cubano Miguel Díaz-Canel Bermúdez reiterou que o país tem dois setores nos quais é preciso crescer e aumentar sua participação no Produto Interno Bruto: o agroindustrial e a indústria manufatureira.