Tropa de Bolsonaro aprova mudança na aposentadoria contra os pobres

Após cinco horas, a comissão especial que analisa a Reforma da Previdência (PEC 6/19) aprovou, por 36 votos contra 13, nesta quinta-feira (4), o texto-base do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP). Ainda faltam os destaques para o texto seguir para análise do Plenário. Deputadas comunistas lamentaram o resultado, pois entendem que as diretrizes da proposta original do governo Bolsonaro foram mantidas.

Por Christiane Peres, do PCdoB na Câmara

Governistas comemoram - Pablo Valadares/Agência Câmara

As parlamentares defendem mobilização popular para barrar texto no Plenário da Câmara. Em transmissão ao vivo, após a divulgação do resultado da votação, a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), mostrou a festa feita por deputados do PSL. Para ela, a festa foi “tímida”, mas explicita a alegria daqueles que “comemoram a retirada de direitos dos mais pobres”. “É um cheque em branco que está sendo dado aqui. É lamentável. Isso tudo para entregar a Previdência ao mercado financeiro”, lamentou.

A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) também criticou a postura da base governista. “Estão comemorando a desgraça dos trabalhadores”, disse. “Essa reforma vai mudar a vida de milhões de brasileiros. É um tiro do governo Bolsonaro na Previdência dos mais pobres do país”, completou.

A líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), lembrou que o resultado na comissão já era esperado, visto que a aprovação no colegiado se dá por maioria simples, e que a votação desta quinta-feira não significa garantia de aprovação no Plenário da Casa.

“Temos tempo de luta, tempo de resistência e de derrotar essa reforma no Plenário. Precisamos de mobilização, as pessoas precisam ir às ruas para pressionar os parlamentares favoráveis ao texto”, afirmou.

A presidente nacional do PT, deputado Gleisi Hoffmann (PR), diz que o texto do relatório atinge diretamente os brasileiros mais pobres.

“Muito triste ver os engravatados do parlamento aplaudindo a aprovação de uma das propostas mais cruéis com o povo brasileiro. É compreensível. Eles ganham bem. Quem ganha um ou dois salários são os aposentados e trabalhadores que sofrerão com essa Reforma da Previdência”, disse a parlamentar.

“Acabaram de deixar a digital na destruição da Previdência Pública brasileira! A certeza de que estamos do lado certo da história! O tempo revelará os algozes da aposentadoria no Brasil!”, disse o líder do PDT na Casa, André Figueiredo (CE).

Na opinião do deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ), o texto é claro no sentido de que será preciso trabalhar mais para receber menos.

“Trabalhar mais para ganhar menos, é isso que a Reforma da Previdência, que acaba de ser aprovada na Comissão Especial da Câmara, fará com os mais pobres. Mas seguiremos, porque tem mais luta pela frente”, disse.

O líder da Oposição, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), diz justificou o voto contra: “Fomos contrários ao texto-base da Reforma da Previdência, aprovado há pouco na comissão. Entendemos que uma reforma é necessária para equilibrar a Previdência, mas o texto final foi apresentado na correria, há menos de 24 horas, e agrava as desigualdades que castigam o nosso povo”.