Com museu e nostalgia, cidade natal reverencia Stálin 

Os visitantes do concorrido Museu Stalin, em Gori, na Geórgia, costumam se surpreender não apenas com o imenso acervo de quadros, fotografias e objetos pessoais líder soviético Josef Stálin (1878-1953). Para além da coleção, o que mais impressiona o público é a imagem nostálgica que a população local nutre do mais longevo dirigente da antiga União Soviética.

Museu Stálin

Gori é a terra natal de Stálin, e a admiração pelo mais ilustre filho da pequena cidade georgiana é explícita. Estes são alguns dos fatos sobre os quais os turistas são informados em uma visita guiada pelo museu: “Stálin foi um bom cantor. Escreveu poemas. Durante o seu reinado, foram criadas 9 mil empresas estatais”.

O museu foi inaugurado em 1957, quatro anos depois da morte de Stálin. Lá, a comovente narrativa, em tom de admiração, fala do pobre garoto que, contra todas as probabilidades e apesar das inúmeras condenações cumpridas em prisões czaristas, chegou ao ápice do poder. Os pisos são acarpetados de vermelho. A máscara mortuária de Stálin repousa sobre um pedestal de mármore, em seu monumento definitivo.

Espremida entre a Rússia e a Turquia, a Georgia é um pequeno país com uma culinária fabulosa, paisagens maravilhosas – e escassas atrações turísticas famosas. Uma das poucas é o homem nascido Iossif Vissariónovitch Djugashvili, filho de um sapateiro, que se tornou um dos estadistas mais influentes da humanidade.

As autoridades georgianas fazem críticas à Era Stálin, em especial à coletivização das fazendas soviéticas, que levaram milhares de ucranianos à morte por inanição. “Muitos erros foram cometidos na União Soviética durante a coletivização. Não obstante, foram criadas fazendas coletivas”, diz um dos guias do museu.

Stalin permanece uma grande inspiração, particularmente entre chineses e russos. No ano passado, cerca de 162 mil pessoas visitaram o Museu Stalin, segundo a funcionária Taia Chubinidze. “É mais do que qualquer outro museu do país”, disse Taia, sorrindo de satisfação.

Stalin inspira profundas emoções na Georgia. Particularmente em Gori, onde muitos, principalmente os mais velhos, o reverenciam como o homem que construiu um império e derrotou os nazistas na Segunda Guerra Mundial. Em frente ao museu, há uma coleção de lojas de souvenirs, que vendem tchotchkes (bugigangas) com a imagem de Stalin – pratos, canecas, bustos em miniatura, sacolas e pesos para papéis. “Ele foi um gênio”, declarou um admirador.

Da Redação, com informações do The New York Times