CNI/Ibope: Apenas 17% dos nordestinos aprovam Bolsonaro

Nos primeiros seis meses de 2019, os habitantes do Nordeste e os brasileiros de menor renda foram os que mais desembarcaram do apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PSL). É o que aponta a pesquisa Ibope divulgada na semana passada, em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em relação ao penúltimo levantamento do Ibope, em abril, três a cada dez nordestinos que apoiavam Bolsonaro pularam do barco. Hoje, apenas 17% dos moradores da região consideram a gestão boa ou ótima.

Bolsonaro

Bolsonaro também apresentou queda acentuada entre os que estudaram apenas até a 4ª série do ensino fundamental, com seis pontos a menos da pesquisa de abril para a divulgada na semana passada. Presidente mais mal avaliado em início de primeiro mandato desde Fernando Collor, ele tem resultados pífios, ainda, em outros dois pontos da pesquisa: a aprovação ao modo de governar o país e a confiança na sua figura.

Mais da metade da população – 51% dos entrevistados – não confia no presidente, enquanto 46% confiam. Quanto ao modo de governar, os números são menos distantes entre si: 48% desaprovam a maneira como Bolsonaro se comporta à frente do Palácio do Planalto, ante 46% que o endossam.

"O apoio ao governo está bem próximo do tamanho dos grupos mais identificados com uma visão mais conservadora em termos morais – evangélicos sobretudo", afirmou o cientista político Marco Antônio Teixeira. A seu ver, o desemprego e a queda na renda, somados a fatores mais específicos, são os principais motivos para a constante queda de popularidade do presidente.

A diferença mais acentuada se dá no segmento por região. No Nordeste, a avaliação do governo como bom ou ótimo já era menor que a média nacional em abril – mas os números despencaram na mais recente pesquisa. No item renda, os que ganham até um salário e veem o governo com bons olhos ficam em apenas 21% dos entrevistados. A diferença entre os setores cresceu na pesquisa deste mês.

Outro pilar de sustentação do bolsonarismo, por sua vez, sofreu um baque na pesquisa de junho. Os municípios do interior e os com menos de 50 mil habitantes registraram queda maior do que capitais e cidades periféricas. Antes havia uma diferença clara entre os tipos de município; agora não há mais.

Da Redação, com informações do O Estado de S. Paulo