Manifestações a favor de Moro e de Bolsonaro perdem volume

Números diminuíram, mas organizações mostraram força para mobilizar bolsão bolsonarista.

STF

Ataque às instituições democráticas deram o tom nas manifestações.

As manifestações a favor da Operação Lava Jato, do ex-juiz e ministro da Justiça e Segurança Púnica Sérgio Moro e do governo Bolsonaro neste domingo (30) não podem ser contabilizadas como fracassos, mas alguns dados merecem atenção. Elas se deram num contexto de quebra da blindagem de Moro e as denúncias de irregularidades trazidas á tona a partir das revelações do site The Intercept Brasil atingem diretamente o presidente da República.

O volume de manifestantes caiu consideravelmente, tento em termos de participantes quanto territorialmente – o portal G1 estima que, comparadas às manifestações desses setores dia 26 de maio o número de cidades com manifestações caiu de 156 cidades em 26 estados e no DF para pelo menos 86 cidades e 26 estados mais o DF -, mas esses setores mostraram capacidade de mobilização do bolsão bolsonarista, fortemente identificado com a Lava Jato e com Moro.

O ministro agradeceu, indioretamente, o apoio das manifestações no Twetter. O ex-juiz da Lava Jato agradeceu a Bolsonaro “e a todos que apoiam e confiam em nosso trabalho”. E reiterou a ladainha de que “hackers criminosos ou editores maliciosos não alterarão essas verdades fundamentais”. “Avançaremos com o Congresso, com as instituições e com o seu apoio”, disse.

Bolsonaro também cumprimentou os manifestantes. "Aos que foram às ruas hoje manifestar seus anseios, parabéns mais uma vez pela civilidade. A população brasileira mostrou novamente que tem legitimidade, consciência e responsabilidade para estar incluída cada vez mais nas decisões políticas do nosso Brasil", escreveu o presidente no Tweeter.

Previdência

Outro dado relevante que o movimento se apresentou rachado, com os principais organizadores das manifestações, os grupos “Direita SP” e “Movimento Brasil Livre” se hostilizaram, chegando às vias de fato na cidade de São Paulo. Mas se unificaram no ataque às instituições democráticas, elegendo como alvo o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional, especialmente nas figuras do ministro Gilmar Mendes e do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.

Os atos também se manifestaram a favor da proposta de “reforma” da Previdência Social que acaba com a aposentadoria e do “pacote anticrime” de Moro, um amontoado de remendos à legislação que tem como objetivo atacar as garantias legais aos cidadão e aumentar o poder discricionário de grupos como o espectro da Operação Lava Jato.

Os manifestantes também hostilizaram o jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil, responsável pela avalanche de revelações sobre a conduta ilegal de Moro e dos procuradores da força-tarefa da Operação lava Jato.