Veja se alia ao Intercept para publicar vazamentos de Moro/Lava Jato

O jornalista Carlos Andreazza anunciou nesta quinta-feira (27) uma parceria entre o site The Intercept Brasil e a revista Veja para organizar e divulgar dados sobre a criminosa atuação do ex-juiz Sergio Moro diante da operação Lava Jato. “Acabo de informar, no @programapanico, que a revista Veja se integrará ao grupo – que já tem a Folha – que divulgará o conteúdo administrado pelo Intercept. É oficial”, tuitou o jornalista, no começo da tarde.

The Intercept

Além de editor executivo do Grupo Editorial Record, Andreazza é colunista do jornal O Globo e comentarista da rádio Jovem Pan. Seu “furo” jornalístico cai como uma bomba para Moro (hoje ministro da Justiça), os procuradores da Lava Jato e o governo Bolsonaro, que apostavam numa campanha de desmoralização do Intercept. Com a chancela da Veja e da Folha – que passarão a ser co-autoras de reportagens sobre o caso –, a grande mídia vai levar mais profissionais, melhorar a apuração e ampliar ainda mais o alcance das revelações.

O jornalista Glenn Greenwald, editor do Intercept, saudou a mensagem de Andreazza no Twitter. "Interessante. As capas deles são as vezes bonitas", escreveu, postando um link da capa em que Veja mostra Moro “desmoronando”.

A Folha iniciou a parceria com o site do jornalista Glenn Greenwald no último domingo. Já a Rádio BandNews também divulgou furos com base nos vazamentos ao vivo feitos por Reinaldo Azevedo – mas não teve acesso ao conteúdo, como ocorreu com a Folha.

Nesta quarta-feira 26, em audiência na Câmara dos Deputados, Greenwald havia dito que o Intercept passaria a divulgar o conteúdo com mais veículos além da Folha, a fim de dividir o trabalho jornalístico de seleção e apuração dos vazamentos e dar mais amplitude ao alcance das publicações.

Conforme lembra a Fórum, “na sabatina da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Moro repetiu à exaustão as palavras sensacionalismo e sensacionalista (exatas 34 vezes) para desacreditar as reportagens do The Intercept. Além disso, afirmou que as informações dessas matérias foram “hackeadas de forma criminosa”, questionando sua autenticidade. As parcerias do site vão esvaziar a (já frágil) defesa.