Palestina: OLP quer “dias das bandeiras negras” contra plano de Trump

A Organização para a Libertação da Palestina (OLP), praticamente todas as forças políticas e da resistência palestina (Fatah, a maior delas, incluída) e as organizações da diáspora palestina estão convocando para esta terça-feira (25) e quarta-feira (26) um protesto contra o plano de Trump para o Oriente Médio, supostamente um plano de paz, mas, segundo os palestinos, “uma tentativa de – literalmente – comprar a Palestina”.

Bandeira Negra

A Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) está divulgando um manifesto com a convocação que reproduzimos, abaixo, na íntegra.

À diáspora palestina no Brasil e a todos aqueles que acreditam na justiça e na autodeterminação dos povos:

Nos dias 25 e 26 de junho, vamos levantar bandeiras negras em protesto à tentativa dos EUA de – literalmente – comprar a Palestina.

O "plano de paz" e de "reforma econômica", como tem sido propagado pela maioria dos veículos da imprensa brasileira, e que será apresentado na Conferência do Bahrein na terça (25) e quarta-feira (26), não passa de mais uma tentativa de legalizar o roubo de terras palestinas por parte de Israel e seus aliados, e de suprimir ainda mais a autonomia política do povo palestino.

Assim como disse Hanan Ashrawi, conselheira do presidente Mahmoud Abbas e integrante do Comitê Executivo da OLP, estaremos dispostos a discutir um verdadeiro acordo de paz quando anunciarem o fim do bloqueio a Gaza e aos recursos e fundos nacionais, quando nos devolverem a liberdade política e o controle das nossas fronteiras, incluindo o espaço aéreo e as reservas hídricas; quando cessarem, em suma, a política de terror conduzida contra os palestinos em todos os territórios.

Este seria o ponto de partida para qualquer negociação bem-intencionada que visasse garantir, de fato, o desenvolvimento e a prosperidade de um povo.

Manifestemos, portanto, nossa indignação com esta proposta ultrajante pendurando bandeiras e faixas pretas em varandas, lojas e carros – e levando-as conosco, se possível, para onde formos nos próximos dois dias.

O Brasil e o mundo precisam entender as verdadeiras motivações deste acordo espúrio, que pretende abafar de vez qualquer possibilidade da criação de um estado autônomo, subjugando o povo a condição de mero coadjuvante em seu próprio território, privando-o, além de seus direitos, de sua identidade e de sua memória.