Congresso deve dar resposta às provocações de Guedes

 

(Reprodução)

A reta final da tramitação da proposta de "reforma" da Previdência do governo Bolosnaro ganhou contornos mais tensos depois que o ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou o relatório construído pelo relator, deputado Samuel Moreira, com líderes partidários que apoiam as mudanças na aposentadoria e com o presidente da Casa, Rodrigo Maia. A informação é da agência FSBinteligência.

Apesar de ser uma semana esvaziada na Câmara por conta do feriado de Corpus Christi, é provável que os parlamentares da comissão especial e líderes dos partidos de centro respondam às críticas do ministro, diz a agência. Até agora, os obstáculos para a aprovação da "Nova Previdência" eram os mapeados, como as pressões dos trabalhadores e as manifestações como a exitosa greve geral do dia 14.

Bancos

O tom belicoso do ministro da Economia, porém, representa uma novidade ruim para o governo que ainda não criou uma base aliada no Congresso, avalia a FSBinteligência. A reação dos parlamentares pode vir por discursos e por ações. Como a articulação da "reforma" está sob controle da Câmara, é possível que novas mudanças reduzindo seu impacto ganhem apoio depois da provocação do ministro ou que surjam ameaças nesse sentido para demonstrar o poder do Congresso.

A reação do ministro contra o aumento do imposto sobre os bancos, sugestão do relator para ampliar a arrecadação da Previdência, também pode ser explorada pelos congressistas. Eles devem lembrar da primeira polêmica entre Guedes e os deputados da CCJ da Câmara, quando ele foi acusado de agir duramente contra aposentados, mas ter postura mais condescendente com as instituições financeiras.