Greve geral: Goiânia mobiliza 20 mil 

Atos ocorrem nos 26 estados da federação e no Distrito Federal. Com conflitos. Ônibus, metrôs, bancários paralisam atividades. Vinte mil trabalhadores e estudantes saem às ruas na Capital de Goiás. Com bandeiras vermelhas e pela demissão de Sérgio Moro.

Por Renato Dias

Greve geral Goiânia

A greve geral parou o Brasil. Com trabalhadores urbanos e rurais de braços cruzados em 26 estados e no Distrito Federal. A manifestação é um protesto contra a Reforma da Previdência Social. O Projeto de Emenda Constitucional foi enviado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro [PSL], ao Congresso Nacional. A mensagem tramita, hoje, na Câmara dos Deputados.

Metrôs, ônibus, professores, servidores, metalúrgicos, estudantes, sem terras, sem teto saíram às ruas. No País. Em defesa de direitos econômicos e sociais. Mais: em repúdio também ao contingenciamento de verbas para a Educação Pública. O corte de verbas às Instituições de Ensino Superior públicas e ao ensino básico e fundamental, discursa o doutor da Faculdade de História da Universidade Federal de Goiás [UFG], David Maciel, no ato, em Goiânia [GO].

– A nossa luta unificou: é estudante junto com trabalhador.

Estudantes e trabalhadores

Puxada pela União Nacional dos Estudantes[UNE], a Estadual dos Estudantes [UEE], o Diretório Central dos Estudantes da UFG, a palavra-de-ordem ecoou na Praça Cívica, na Avenida Goiás e na Praça do Trabalhador, onde a passeata se encerrou. Os manifestantes carregavam cartazes que pedem a renúncia imediata de Sérgio Moro, atual ministro da Justiça, coordenador da Operação Lava Jato, e a demissão de Deltan Dallagnol, do cargo de Procurador da República.

Assim como o afastamento de Luiz Fux, ministro do Supremo Tribunal Federal, o STF. Os três apa¬recem em documentos, áudios e conversas no Telegram. Vazadas em furo de reportagem do ‘The Intercept’. O jornalista responsável é Glenn Greenwald, norte-americano, ganhador do Prêmio Pulitzer. O Oscar do jornalismo nos EUA. Diretor de Citzen Four, um documentário.
– Ole, Olê, Olá, Lula, Lula! Lula Livre.

PT, PC do B, PCO, Psol, PSTU, PCR, PSB, PCB, MEPR e Unidade Popular participaram da caminhada em Goiânia. Milhares de pessoas com bandeiras do multifacetado espectro político e ideológico da esquerda brasileira e de Goiânia. Centrais sindicais como a CUT, CTB, Intersindical, CSP Conlutas, UGT reuniram sindicatos e filiados para ocupar as ruas na cidade. A crise econômica pautava discursos e panfletos.

Os indicadores econômicos: 27,7 milhões de desempregados, 48,5 milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade social, com consumo de menos de 1,9 dólar por dia, 36 milhões no mercado de trabalho informal ou invisível, inclusive crianças, adultos, homens e mulheres, idosos, sem renda fixa, nem direitos trabalhistas, muito menos previdenciários. Registros da inflação e da dívida pública do Brasil.

– Não vai ter cortes de direitos. Vai ter lutas políticas, sociais e de classes.