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Bruno Jordani: Luta de Cada Dia 

Foi baseado no livro O Capital, de Karl Marx, que Bruno Jordani compôs a música-poema Luta de Cada Dia. “É uma forma lúdica – uma grande poesia – para politizar o trabalhador e fazê-lo refletir nessas palavras”, diz o compositor.

Bruno Jordani

Na letra da canção, ele analisa o trabalhador brasileiro e sua vida cotidiana. “Por isso, menciono as condições do trabalho, desde o caminho ao trabalho, que às vezes chega ser quatro horas diárias – duas horas no transporte público de ida, mais duas de volta”, explica Jordani. “Também menciono a mais-valia, que é o lucro do patrão acima do salário e dos custos operacionais, sobre desemprego. Falo como eles mantêm alta a taxa de desemprego para que a mão de obra seja desvalorizada e mais barata.”

Jordani, de 34 anos, é violonista e cantor popular. Morador de São Paulo, artista de rua, poeta, compositor e intérprete, já se apresentou em projetos do governo do estado de São Paulo. É um assíduo divulgador da música independente e da cultura das cidades (folclores, dialetos, culinárias, vestimentas/roupas e costumes), bem como da diferença entre a cultura dos centros/capitais e dos bairros/interior. Por esse trabalho, já deu entrevistas a portais e rádios comunitárias, da capital e do interior de São Paulo.

Sua carreira artística recebeu influências de Tim Maia, Marvin Gaye, Jorge Ben, Soul Music, R&B e MPB. “Tenho como missão apresentar boas músicas para bons ouvintes, com a melhor qualidade possível de voz e de base instrumental, eternizando os clássicos da cultura popular brasileira e introduzindo músicas autorais”, afirma.

Confira abaixo a letra:

Luta de Cada Dia
(Bruno Jordani)

Trabalhador anda a pé
Leva marmita, assim que é
Busão lotado, abandonado, todo amassado em meio à multidão.

Trabalhador anda a pé
Leva marmita, assim que é
Vagão lotado, abandonado, todo amassado em meio à multidão.

Estou aqui representando o povo da periferia ressaltando suas glórias em meio à agonia.
Lutando, batalhando, sofrendo preconceito, dando lucro ao patrão e passando veneno.
Sou a voz daquele que se mantém calado, pois senão é perseguido ou injuriado.
Tirando as vendas dos olhos vendados, acham na verdade que somos revoltados.
Pique Luther King ou será Solano, uma palavra é um molotov no império assolando.
Vamos quebrar o sistema e virar de ponta-cabeça, tirar as cadeias da mente independente do que aconteça.
Vamos de Gandhi, senão de Marighella na paz e no amor ou poderá ser na guerra.
Além da rima, da banca, Jordani, chegando junto e colocando areia no seu Danone.

Trabalhador anda a pé
Leva marmita, assim que é
Busão lotado, abandonado, todo amassado em meio à multidão.

Trabalhador anda a pé
Leva marmita, assim que é
Vagão lotado, abandonado, todo amassado em meio à multidão.

A cadeia é Auschwitz na guerra de ideais, pretos, pobres ou nordestinos pra eles tanto faz.
Dominam a cadeia de toda produção você produz, o burguês lucra, que exploração.
A mais-valia e o valor do pingo de suor é controlada por eles e eles não tem dó.
Mais desemprego, mais procura, é a lei da oferta quem precisa de um trocado se desespera
O dom de rimar não é só pra fazer bonito se fizer só por dinheiro não pode ser nosso amigo.
Minha poesia é protesto, minha caneta carrego, trazendo paz para os caminhos porque eu nunca arrego.
Por ser preciso amar cansei de sofrer, unidos na missão iremos vencer
Por ser preciso amar cansei de sofrer, quem sabe faz a hora não espera acontecer.

Trabalhador anda a pé
Leva marmita, assim que é
Busão lotado, abandonado, todo amassado em meio à multidão.

Trabalhador anda a pé
Leva marmita, assim que é
Vagão lotado, abandonado, todo amassado em meio à multidão.

Tudo muda a é só acreditar e o mar de gente nessa união.

Tudo mudará é só acreditar e o mar de gente nessa união.