Bolsonaro sofre sucessão de derrotas e sua base entra em atrito

A primeira sessão do Congresso do ano, realizada nesta quarta-feira (5) à noite, foi marcada por gritos e troca de xingamentos entre o líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), e a líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP). Esse foi apenas um fato do inferno astral vivido pela base aliada de Bolsonaro após uma sucessão de derrotas no Congresso.

Base em atrito

Na Câmara dos Deputados, foi aprovado em dois turnos a PEC do Orçamento Impositivo, que obriga o governo a executar as emendas das bancadas. Um destaque apresentado pelo PDT retirou a exclusividade do presidente em apresentar projeto de lei para definir condições para a repartição, com estados e municípios, dos leilões do pré-sal.

O governo ainda sofreu outra derrota com o adiamento da votação na Comissão Mista do Orçamento da aprovação do crédito extra de R$ 248 bilhões.

Segundo o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), parlamentares da Oposição e de partidos aliados ao governo de Bolsonaro se recusaram a dar um “cheque em branco” ao Executivo.

“Queremos transparência. O governo de Bolsonaro é mestre em fake news. Nós queremos deixar claro que o recurso do PLN tem que recompor o dinheiro que Bolsonaro cortou da educação, o Minha Casa, Minha Vida, que está parado, o Bolsa Família. Queremos deixar claro quanto vai para recompor esses programas”, explicou.

A Câmara ainda aprovou a PEC que endurece os prazos de tramitação de medidas provisórias. O texto voltará ao Senado para ser reanalisado. A proposta foi aprovada com amplo apoio do plenário.

A oposição também protocolou requerimento para a criação da CPI das Fake News. Caso seja instalada, será mais desgaste para Bolsonaro e seus aliados no Congresso.

A sucessão de derrotas foi coroada com a briga entre o senador Major Olímpio e Joice Hasselmann. Ele acusou a sua correligionária, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), e Davi Alcolumbre (DEM-AP), de não cumprirem acordo para a retirada do veto à participação de policiais ferroviários federais e agentes penitenciários no Sistema Único de Segurança Pública.