Rússia adverte EUA sobre ameaças a Cuba

Governo dos EUA proibiu a partir desta quarta-feira os cruzeiros a Cuba e restringiu visitas culturais de cidadãos norte-americanos, numa nova tentativa de sufocar a economia cubana e responder ao seu "papel desestabilizador" na América Latina 

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A Rússia repudiou, nesta quarta-feira, o agravamento das sanções dos Estados Unidos contra Cuba, após Washington proibir viagens culturais e educacionais em grupo para a ilha."Condenamos veementemente o recrudescimento do bloqueio anticubano por parte dos Estados Unidos", disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, na sua conferência de imprensa semanal.

O governo dos EUA proibiu os cruzeiros a Cuba e restringiu visitas culturais de cidadãos norte-americanos, numa nova tentativa de sufocar a economia cubana. O regime da Casa Branca acusa, por incrível que possa parecer, Cuba de ter "papel desestabilizador" na América Latina.

As medidas anunciadas na terça-feira (4) estreitam o bloqueio comercial na ilha e procuram pressionar Havana a retirar o seu apoio ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que o regime de Washington quer derrubar.

Em comunicado que serviu mais de propaganda ideológica da Casa Branca, o Departamento de Estado referiu que o objetivo é terminar com o "turismo oculto" que, segundo a mesma fonte, "serviu para encher os bolsos dos militares cubanos, que são as mesmas pessoas que apoiam Nicolás Maduro na Venezuela e que reprimem o povo cubano na ilha".

Medidas coercitivas

No início da semana passada, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Cuba, Bruno Rodríguez, visitou Moscou, onde se encontrou com o seu homólogo russo, Sergey Lavrov. Ambos se mostraram unidos contra as "medidas coercivas unilaterais" dos Estados Unidos contra os seus países, em particular o bloqueio contra a ilha e as tentativas de Washington de reativar a doutrina Monroe na Venezuela. "Vamos prestar todo o tipo de ajuda", assegurou o vice-primeiro-ministro russo, Yuri Borisov, ao seu homólogo cubano, Ricardo Cabrisas, sobre a situação criada pelas restrições dos EUA.

Desde que chegou à Casa Branca, em janeiro de 2017, o Presidente dos EUA, Donald Trump, endureceu a política face a Cuba com sanções aos hotéis da ilha, reduções de pessoal diplomático e a ativação de uma lei que permite pedidos em tribunais dos EUA por bens expropriada após a Revolução de 1959. 

As informações são da agência Lusa