Golpistas venezuelanos dialogam em Oslo e são criticados pelo Brasil 

Representantes do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e do golpista Juan Guaidó querem avançar rumo a “uma solução negociada para a crise na Venezuela”, afirmou o governo da Noruega. As delegações dos dois grupos estão em Oslo para conversas mediadas pelos noruegueses.

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Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro se reúne com delegação do Grupo Internacional de Contato, em Caracas Foto: Reprodução/Twiitter

“As partes mostraram disposição de avançar na busca de uma solução acordada e constitucional para o país, que inclui temas políticos, econômicos e eleitorais”, indicou a chancelaria norueguesa, em comunicado. O governo da Noruega pediu aos dois lados que evitem posições que comprometam o avanço das conversas. “Para preservar o processo, solicita-se às partes tomar a máxima precaução, tanto em comentários como em declarações.”

A mediação norueguesa é criticada pelos golpistas, que querem conversas democráticas. No início, o próprio Guaidó afirmou que todo diálogo deve desembocar na derrubada do presidente eleito democraticamente. “A negociação é aquela que nos leve ao fim da usurpação, transição e eleições livres”, escreveu Guaidó, no Twitter. Ao mesmo tempo, ele pediu a seus aliados que aceitassem o encontro com os enviados do governo. “Não sejam cúmplices da ditadura”, provocou.

Brasil

O golpista afirmou que essa primeira rodada terminou “sem acordo”, mas o diálogo deveria continuar. “Agradecemos ao governo da Noruega pelo esforço. Estamos dispostos a continuar com eles”, disse ele, em comunicado. Ele fala pelo regime dos Estados Unidos, que disseram que qualquer negociação deve focar “até mesmo” no fim da democracia, com a derrubada do governo. “A única coisa que se pode negociar com Maduro é sua saída”, disse esta semana Morgan Ortagus, porta-voz do Departamento de Estado.

As negociações na Noruega também ganharam o apoio de Cuba e Rússia. Moscou, inclusive, se ofereceu para participar. Já no Brasil o chanceler Ernesto Araújo reiterou sua posição negativa com relação à mediação da Noruega. Segundo Araújo, buscar esse tipo de caminho pode ser apenas uma tentativa do “regime chavista” de ganhar tempo.

Com agências