Ministério Público denuncia torturador do Araguaia

Matéria do jornal O Globo informa que o Ministério Público Federal (MPF) do Pará denunciou nesta quarta-feira o militar José Brant Teixeira pelo homicídio qualificado do guerrilheiro Arildo Valadão em novembro de 1973 durante o combate à Guerrilha do Araguaia, organizada pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB).

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Na denúncia, de acordo com O Globo, o MPF pediu para que o caso seja encaminhado para o tribunal do júri. O processo foi assinado pelos procuradores da chamada Justiça de Transição, grupo do Ministério Público Federal responsável pela investigação e acusação de crimes cometidos por agentes do Estado durante o regime que começou em 1964.

O militar, segundo os procuradores, foi o mandante do crime e teria determinado aos executores que lhe entregassem a cabeça de Valadão como prova do crime, o que ocorreu. À época, José Brant Teixeira era capitão do Exército e era o comandante da base militar de Xambioá, no Tocantins.

A vítima, Arildo Valadão, ou Ari, nasceu em Itaici, no Espírito Santo, em 1948. Em 1968, ingressou na Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde conheceu Áurea Elisa Pereira, com quem se casou em 1970. Os dois participaram do movimento estudantil e entraram para a clandestinidade após terem o apartamento invadido em 1970.

Naquele ano, foram para a região do Araguaia, onde passaram a viver em Caianos. No local, prestavam serviços à população: fundaram uma escola onde Áurea era professora e Arildo realizava extração de dentes.

De acordo com a denúncia, agindo com o codinome "Doutor César", fingiu ser funcionário do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), para se infiltrar na região do Araguaia.