Sem médicos cubanos, saúde piora muito no Brasil

Matéria do jornal O Globo informa que após saída dos médicos cubanos, 42% das cidades têm vagas abertas.

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Segundo a matéria, o número corresponde ao déficit de profissionais nos municípios que tinham os médicos de Cuba; em novembro, eram 23%. Passados seis meses após o governo de Cuba anunciar sua saída do Mais Médicos por hostilidades do presidente Jair Bolsonaro, quatro em cada dez cidades brasileiras (42%) onde profissionais do país atuavam no momento do encerramento da parceria ainda não conseguiram preencher todas as vagas ofertadas no programa.

O déficit de médicos nessas 2.853 cidades cresceu. Antes da saída dos cubanos, em outubro, 23% desses municípios tinham postos em aberto, em decorrência da desistência de brasileiros ou da não renovação de contratos com duração de três anos, diz O Globo. O levantamento do jornal comparou dados do Mais Médicos de novembro, quando houve a saída dos cubanos, e do fim de abril deste ano, considerando o total de 18.240 vagas do programa, com base em pedidos de acesso à informação respondidos pelo Ministério da Saúde.

Os municípios que abrigaram os profissionais estrangeiros concentram hoje 80% do déficit registrado no programa. A maior parte está nas regiões Nordeste (38%) e Sudeste (24%). Entre os estados, a Bahia lidera o ranking com maior número de vagas desocupadas (eram 132 em abril), seguida por São Paulo (131) e Minas Gerais (103).

Estrutura

O Ministério da Saúde argumenta que todas as 8.517 vagas do edital do Mais Médicos, lançado após o fim da cooperação com Cuba, chegaram a ser preenchidas por brasileiros, mas ressalta que 1.325 profissionais com registro no Brasil se desligaram do programa nos últimos meses. A desistência fez com que o déficit fosse ampliado.

A falta de estrutura do programa foi agravada após o governo de Cuba anunciar o fim do acordo para ceder profissionais ao Brasil. Em 139 cidades, a situação é mais delicada: não conseguem ocupar nenhuma das vagas ofertadas pelo último edital. Um terço desses municípios é classificado pelo governo como vulnerável ou de extrema pobreza. Mais de 60% estão no Nordeste.