Pedro Gorki: Não estamos sozinhos

"Se não nos escutam na Câmara, vão nos ouvir nas ruas nesse dia 30".

Pedro Gorki - Foto: Maiakovski Pinheiro

Vim nesse textinho falar sobre o episódio no dia 22 e um pouco mais.

Primeiro, pedir desculpas. Tenho recebido muitas mensagens de solidariedade e não consegui responder a todos e todas que doaram seu tempo pra vir falar comigo. Perdão por não conseguir responder a todos, mas toda a gratidão do mundo à vocês que fazem os dias mais belos e a vida menos solitária.

O que aconteceu na última quarta foi um episódio vergonhoso para a democracia e para a educação brasileira. Os mesmos que tentam a todo custo silenciar os estudantes brasileiros (os defensores da Lei da Mordaça) ficaram histéricos diante da abertura pra fala (que já havia sido acordado) de dois jovens, representantes desses estudantes que eles tentam calar.

O que aconteceu depois da completa prepotência do Ministro da Educação em não aceitar ouvir a sociedade civil e do desespero dos deputados do PSL (incluindo o líder da bancada) foi a expressão mais brutal da ignorância, da exceção e do fascismo: a violência.

Mas se pensam que diante de tamanho absurdo, que é usar a força física para tentar calar a voz, nós não nos calaremos.. Que saibam que a nossa voz continuará ecoando por cada canto desse país.

A solidariedade de cada estudante, grêmio, DCE, professor, entidades educacionais, sindicatos, parlamentares só mostra que não estamos sozinhos nessa luta e por mais que tentem não nos calarão porque somos milhões de vozes pela educação pública.

Pra ir finalizando meu texto: agradeço aos parlamentares que nos ajudaram e foram solidários, aos que nos trouxeram carinho nesse momento tão difícil e à Marianna Dias, da UNE, por todo o companheirismo e por ser essa pessoa tão incrível e cativadora.

O Castro Alves um dia escreveu que “toda noite tem auroras” e tenho certeza que depois de toda essa escuridão que passa o nosso país, um dia melhor e mais bonito irá amanhecer.

Aos que me xingam, desejo sobriedade e coerência a vocês. Não lhes desrespeito porque tenho educação e luto por ela, creio mal que se paga com o bem.. mas não mexam com a gente ou com qualquer irmão ou irmã.

Enfim, gente.. a luta continua. Se não nos escutam na Câmara, vão nos ouvir nas ruas nesse dia 30.

Resiliência e resistência sempre!