Com o falecimento de Antunes Filho, desta geração de grandes encenadores brasileiros segue em plena atividade criativa o diretor José Celso Martinez Correa, em cartaz no Teatro Oficina até 30 de junho com a peça Roda Viva, de Chico Buarque, escrita em 1967.
Por Val Gomes e Susana Buzeli
Publicado 24/05/2019 12:10 | Editado 13/12/2019 03:29
A montagem de 1968 virou um símbolo de resistência contra a ditadura, a violência e censura, pois em julho daquele ano um grupo de mais de cem pessoas do Comando de Caça aos Comunistas invadiu o teatro Galpão, em São Paulo, espancou artistas e depredou o cenário.
Adaptada com figuras medíocres da indústria cultural e não menos perigosas do atual cenário político do país, o musical segue o enredo original e mostra as engrenagens do showbiz utilizadas na transformação de um artista popular chamado Benedito Silva em mercadoria, coisa, lucro. Vira o “herói pop” Ben Silver, tentam mantê-lo no topo como Benedito Lampião e, finalmente, após ser devorado, é substituído por outra “novidade” artística.
Na arquitetura nada convencional do Teatro Oficina, o público fica nas galerias laterais, participa, canta e vê o espetáculo se desenrolar na passarela central que, com algumas aberturas do portão principal, encontra-se com a Rua Jaceguai e vice-versa.
SERVIÇO
Roda Viva!
Temporada até 30 de junho
Sextas e Sábados 20h – Domingos 19h
Texto de Chico Buarque de Hollanda
Versão 2019: Zé Celso e Teatro Oficina Uzyna Uzona
Local: Teatro Oficina Uzyna Uzona (Rua Jaceguai, 520 – Bixiga, São Paulo)
Duração: 3h30 (com intervalo de 15 minutos)
Indicação etária: 14 anos