Peronistas anunciam coalizão para chapa Fernández-Kirchner

Ex-presidenta Cristina será a vice na chapa de oposição ao neolibveral Maurício Macri.  

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Alberto Fernández, o candidato a presidente apoiado pela ex-presidenta da Argentina Cristina Kirchner, é um antigo aliado da ex-presidenta perseguida política, assim como o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. "Pedi a Alberto Fernandez para dirigir a fórmula que vamos integrar, ele como candidato a presidente e eu como vice ", disse ela em um vídeo postado em redes sociais.

Alberto Fernández foi o chefe de gabinete na presidência de Néstor e Cristina Kirchner. É advogado, professor adjunto do Departamento de Direito Penal e Processamento Penal da Universidade de Buenos Aires. A fórmula Fernández-Fernández é apresentada como a principal oposição ao atual presidente argentino, o neoliberal Mauricio Macri, que lidera um país com uma grave crise econômica e uma das maiores inflações do mundo.

Informações da agência de notícias EFE dão conta de que ele deu as primeiras declarações neste domingo, 19, após o anúncio de sua candidatura. A notícia acrescenta que há informações de uma união do peronismo após as primárias de agosto para fazer frente ao presidente Mauricio Macri. “Muitos diziam (em 2007, quando foi chefe de gabinete de Cristina no primeiro mandato) que eu a influenciava e agora dizem que sou uma marionete dela”, afirmou Fernández. “Não sou nem uma coisa nem outra.”

O pré-candidato também afirmou que não acredita que Cristina será condenada no julgamento que começa amanhã, na qual é acusada de “corrupção”, numa processo muito semelhante ao que vitima Lula. Fernández e Cristina tiveram brigas públicas depois de a presidente romper com o setor agrícola e parte da mídia golpista da Argentina ainda no primeiro mandato. No segundo, os dois se distanciaram ainda mais e o ex-chefe de gabinete se aproximou de outro ex-kirchnerista, o ex-prefeito de Tigre Sergio Massa, coordenando sua campanha à presidência em 2015.

Coalizão

Fernández ainda afirmou que partiu de Cristina a avaliação de que ele seria o nome mais adequado para liderar a chapa kirchnerista. “Para ela, eu sou mais adequado para o momento atual. A Argentina de hoje não é a mesma de quando ela foi eleita”, disse. Tido como conciliador e bom articulador político, Fernández foi descrito como uma tentativa de Cristina de se aproximar do centro do espectro político para fazer frente a Macri.

O primeiro desafio do pré-candidato é tentar unificar o peronismo, atualmente dividido entre kirchneristas e não kirchneristas. Ontem, Sergio Massa – próximo de Fernández e terceiro colocado nas eleições de 2015 – disse, segundo o jornal La Nación, que tentará construir uma “grande coalizão peronista” para as eleições de outubro, reunindo as duas facções. Massa ressaltou, no entanto, que não abre mão da candidatura presidencial.