Pacote de Moro prejudica acordo para que ele ocupe uma vaga no STF

Em entrevista a Milton Neves da Rádio Bandeirantes neste domingo (12), Bolsonaro revelou o compromisso que tem como o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sério Moro, de indica-lo na próxima vaga aberta no Supremo tribunal Federal (STF).

(Foto: Agência Câmara)

No seu blog, publicado no Globo, o jornalista Bernardo Mello Franco revela uma contradição do ex-juiz de Curitiba, que pelas suas próprias iniciativas não poderia assumir tão sonhado cargo.

“A promessa contraria o pacote de 70 medidas contra a corrupção apoiado pela força-tarefa da Lava-Jato e pelo próprio ministro da Justiça”, diz o jornalista.

A 29ª medida do pacote proíbe a indicação ao STF de quem tenha, nos quatro anos anteriores, "ocupado mandato eletivo federal ou cargo de procurador-geral da República, advogado-geral da União ou ministro de Estado".

A regra impediria a nomeação de Moro, que assumiu o Ministério da Justiça em janeiro de 2019.
“Se aprovado, o pacote anticorrupção também pode frustrar uma eventual candidatura do ex-juiz ao Planalto depois de ocupar vaga na Corte. A proposta estabelece que os ministros do STF ficarão inelegíveis para qualquer cargo público no prazo de até quatro anos depois de deixarem o tribunal”, alertou.

Segundo Bernardo Mello Franco, Moro já deu uma demonstração pública de apoio ao pacote. Em dezembro, ele se deixou fotografar com o livro "Novas Medidas Contra a Corrupção". Estava no avião a caminho do Rio, para se encontrar com Bolsonaro e aceitar o cargo no governo.