Ex-ministros do Meio Ambiente criticam retrocessos 

O site da revista Veja informa que antecessores da pasta ambiental dos últimos 30 anos realizaram encontro histórico para pedir mudanças no rumo do Ministério.

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Nesta quarta-feira, 8, em São Paulo, oito ex-ministros do Meio Ambiente divulgaram um comunicado a respeito das medidas tomadas ao longo dos 100 dias do governo Bolsonaro, centralizadas nas ações do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, diz a matéria. No documento, os antigos representantes da área ambiental escreveram que “a governança socioambiental no Brasil está sendo desmontada, em afronta à Constituição”.

Rubens Ricupero, Gustavo Krause, José Sarney Filho, José Carlos Carvalho, Marina Silva, Carlos Minc, Izabella Teixeira e Edson Duarte assinaram o comunicado. Em um evento realizado na USP, apenas Krause não compareceu, por motivos de saúde. Em reunião histórica, a primeira em que integrantes de diferentes governos, desde Itamar Franco (1992-1995) até Michel Temer (2016-2019), decidiram consolidar críticas a uma gestão, os ex-ministros pontuaram questões essenciais à defesa do meio ambiente e que vêm sendo distorcidas, como o combate ao desmatamento, a defesa de terras indígenas e o enfraquecimento dos órgãos de fiscalização, como Ibama e ICMBio.

Ricupero, jurista e diplomata, exerceu o cargo de setembro de 1993 a abril de 1994, durante o governo Itamar Franco. Na reunião, ele afirmou: “Estamos aqui não para sermos contra alguma coisa, mas para sermos a favor de uma tradição que vem se construindo ao longo de quase meio século e, infelizmente, hoje vemos ameaçada por um esforço sistemático, deliberado, consciente, de destruição e desconstrução em todos os setores. Assistimos com tristeza a esse momento da vida brasileira. Nunca pensamos que pudéssemos testemunhar um esforço tão malévolo, continuado e destrutivo em relação a tudo aquilo que o Brasil vem construindo há muito tempo”.

Ao longo das falas de cada ex-ministro, foi ressaltado como, apesar das diferenças pessoais e ideológicas, o trabalho sempre foi o de continuidade nas conquistas ambientais. Mesmo em partidos ou governos diferentes, de acordo com eles, nunca houve um esforço para voltar atrás em melhorias das gestões anteriores.