Governo Trump age na Venezuela como caubói, diz ministro espanhol

O ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, defendeu uma negociação "pacífica e democrática" na Venezuela, que leve à convocatória de eleições.

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Numa entrevista à televisão pública espanhola, a TVE, o ministro Josep Borrell defendeu a manutenção do Grupo de Contato da União Europeia na Venezuela (constituído para ajudar na organização de novas eleições presidenciais naquele país), até porque "não está no mesmo comprimento de onda da administração norte-americana".

Segundo Josep Borrell, o presidente dos Estados Unidos age como "um 'cowboy'" na Venezuela, admitindo uma ação militar para retirar o presidente Nicolás Maduro do poder, enquanto o Grupo de Contato da UE apela a negociações e ao diálogo.

Segundo ele, Leopoldo Lopez, hóspede da residência do embaixador espanhola na Venezuela, não pode pedir asilo a Espanha porque não está fisicamente no país.

O ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros deixou também duras críticas à administração de Donald Trump por ter ativado o capítulo III da lei Helms-Burton sobre Cuba.

O capítulo III desta lei permite reclamar propriedades expropriadas em Cuba após a Revolução de 1959, abrindo as portas a processos judiciais contra empresas estrangeiras na ilha.

"(A ativação da lei Helms-Burton) é uma prova de mais uma falta de cooperação por parte da administração norte-americana e da adoção de medidas fora do seu território que consideramos constituírem um abuso de poder ao qual nos opomos", afirmou Josep Borrell na entrevista à TVE.

O ministro garantiu que Espanha irá apelar à Organização Mundial do Comércio (OMC) para resolver o problema causado às empresas espanholas por esta decisão de Trump.

Julgamento

Diosdado Cabello, presidente da Assembléia Nacional Constituinte da Venezuela, disse que Edgar Zambrano, primeiro vice-presidente da Assembléia Nacional, foi preso e o chamou de "um dos principais líderes do golpe". Cabello disse que Zambrano "trancou-se no carro acreditando que o SEBIN ia comer essa história", mas que "eles colocaram um guindaste".

Zambrano é o braço direito do golpista Juan Guaidó. Na última semana, o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela acusou Zambrano de cometer vários crimes, como conspiração, traição à pátria. Além dele, o TSJ acusou mais três parlamentares e elevou para 10 o número de deputados golpistas que podem ser levados a julgamento.

Com informações da agência Lusa