Indicação de delegado por Bolsonaro gera crise na Abin

A indicação do delegado da Polícia Federal Alexandre Ramagem Rodrigues para chefiar a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) pelo presidente Jair Bolsonaro gerou descontentamento nos quadros da instituição.

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O delegado é considerado um intruso. Ele tem um histórico de ligações com Bolsonaro desde que atuou como titular da investigação que deu origem à operação Cadeia Velha, no Rio de Janeiro, que culminou na prisão dos deputados estaduais Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do MBD fluminense, em 2017.

Ramagem assumiu a coordenação da segurança do então presidente eleito em meio a um desentendimento entre Bolsonaro e o delegado Antônio Marcos Teixeira, à época responsável por chefiar a equipe. No dia 28 de outubro, depois de votar, ao chegar no condomínio onde morava, no Rio de Janeiro, Bolsonaro colocou parte do corpo para fora do carro da PF e acenou para seus eleitores.

Protocolos

Irritado, Teixeira repreendeu os agentes federais comandados por ele, que permitiram a exposição do candidato, descumprindo protocolos de segurança da PF. Após o corrido, Bolsonaro solicitou à PF que dispensasse o delegado de sua segurança. Confirmou-se, portanto, a segunda mudança na coordenação da segurança pessoal do hoje presidente.

Teixeira havia assumido a função em substituição ao delegado Daniel França, que exercia a função na ocasião do atentado em Juiz de Fora (MG), no início de setembro, quando Bolsonaro foi esfaqueado por Adélio Bispo de Oliveira, preso em flagrante.