Cuba insta empresas brasileiras a manter negócio na ilha

Matéria do jornal Valor Econômico diz que o encarregado de negócios da Embaixada de Cuba no Brasil, embaixador Rolando Antonio Gómez González, instou a comunidade internacional a se posicionar contra as ameaças dos Estados Unidos de ampliar as sanções contra a ilha, num desdobramento do embate com a Venezuela.

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Em uma reação às novas medidas para impedir ou asfixiar investimentos estrangeiros em Cuba, o embaixador afirmou que o governo cubano "vê no Brasil um mercado importante". Ele disse que Cuba mantém relação direta ou indireta com pelo menos 150 empresas brasileiras.

Segundo o embaixador, havia frigoríficos que vendiam em grandes quantidades para a ilha, mas agora estão receosos de manter os negócios. Havia interação com 12 bancos no Brasil, mas agora somente uma instituição financeira mantém relações com a ilha.

González disse que causou repúdio a decisão recente do Departamento de Estado americano de aplicar o título III da Lei Helms-Burton de 1996, que segundo ele, ameaça os empresários que querem investir em Cuba. "Cuba rejeita nos termos mais enérgicos a nova escalada na conduta agressiva dos Estados Unidos contra a ilha", afirmou. "Já houve reações na União Europeia, no Canadá, a maioria desses países tem leis antídotos contra a Helms-Burton", completou.

Tropas

Mas ele ressalvou que a legislação brasileira não tem como se contrapor à norma, que, na prática, deixa os investidores brasileiros sem crédito e sem seguro para investir na ilha.

Em meio ao acirramento da crise na Venezuela, o presidente Donald Trump ameaçou implementar um bloqueio completo contra a ilha se o governo cubano não retirasse as tropas e milícias do país vizinho. Contudo Gonzaléz negou a existência dessa ajuda militar, e enfatizou que essas tropas "não podem ser retiradas da Venezuela já que são inexistentes".

O embaixador acrescentou que Cuba não é responsável pela "solidez e firmeza" demonstradas pelo governo da Venezuela. "Cuba não tem tropas nem forças militares ou participa em operações militares nem de segurança" na Venezuela, completou.

O embaixador acrescentou que Cuba não é responsável pela "solidez e firmeza" demonstradas pelo governo da Venezuela. "Cuba não tem tropas nem forças militares ou participa em operações militares nem de segurança" na Venezuela, completou.