Crítica de Gregorio Duvivier faz Sérgio Moro provocar a esquerda

Ex-juiz da Operação Lava Jato usou velhos jargões da direita para tentar se defender.

g

Após ser duramente criticado em ato pela liberdade do expresidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Justiça, Sergio Moro, e o humorista Gregorio Duvivier trocaram farpas no Twitter entre domingo 5 e segunda-feira, 6, depois que o ex-juiz da Lava Jato rebateu críticas feitas a ele.

Entre outras coisas, Duvivier disse no ato que Moro “fala fino com a milícia” e que é “um sujeito fraco”, “covarde”. E afirmou que o então juiz da Lava Jato condenou Lula, tirou ele da corrida eleitoral e, com isso, ajudou a eleger Jair Bolsonaro, de quem hoje é ministro.

“A gente nunca pode esquecer disso: o juiz que prendeu o Lula é hoje o ministro da Justiça do sujeito que ganhou dele”, disse Duvivier ao microfone, para uma plateia de centenas de pessoas.

No domingo, Moro respondeu, sem citar o nome de Duvivier. “Penso que as declarações de baixo nível falam mais sobre o ofensor do que sobre mim”. O ministro também defendeu a liberdade de expressão e disse que não tomará nenhuma providência contra o humorista, apesar dos questionamentos feitos por seus seguidores.

Chavões

E, por fim, no tuíte mais curtido, Moro deixou escapar sua preocupação com uma eventual vitória da esquerda nas eleições presidenciais de outubro passado. Ele se valeu de jargões típicos da mídia e da extrema direita e chavões numa argumentalção sem conteúdo, como o de que se não fosse a viotória de Bolsonaro "estaríamos sob 'controle social' da mídia e do Judiciário".

Além de mais curtido, o post foi também o mais polêmico (gerou mais de 3.800 comentários), com vários usuários da rede social afirmando que, com a declaração, o ex-juiz estava assumindo que tinha interesse político na derrota a esquerda.

Na segunda-feira, Duvivier entrou na conversa, com uma resposta irônica lembrando as suspeitas envolvendo o motorista Fabricio Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, que está sendo investigado por movimentação financeira suspeita, incluindo de parte dos salários de servidores do filho do presidente, quando ele era deputado estadual no Rio de Janeiro.