Programas de meio ambiente tem recursos cortados pelo governo

Em concordância com a opinião de Jair Bolsonaro de que as riquezas naturais do Brasil servem apenas aos interesses "da administração internacional", o Ministério do Meio Ambiente anunciou nesta terça-feira (7), o bloqueio de 95% dos R$ 11,8 milhões de recursos de investimento em programas de implementação de políticas sobre mudanças climáticas no Brasil.

(Foto: Jorge William)

Segundo reportagem d'O Globo, o programa é o que mais sofreu um corte, no total de R$ 187,4 milhões imposto pela equipe econômica à pasta. “O montante equivale a 22,7% do valor total do orçamento discricionário (não obrigatório) do Ministério do Meio Ambiente, de cerca de R$ 825 milhões”, aponta o jornal.

Bolsonaro já havia anunciado o desinteresse de seu governo em participar do Acordo de Paris que estabelece metas para limitar o aquecimento global.

Outros cortes

O apoio à implementação da Política Nacional de Resíduos sólidos foi outro programa que perdeu recursos: R$ 6,4 milhões de seus R$ 8,1 milhões — retirada de 78,4% da verba total.

Outros programas que sofreram cortes foram: A prevenção e controle de incêndios florestais (-38,4%), ação de licenciamento ambiental federal (-42%), programa de apoio à criação de unidades de conservação perdeu um quarto de seu orçamento (R$ 45 milhões).

O anúncio do corte de verbas do Ministério que deveria preocupar-se com a imensa área ambiental brasileira acontece um dia depois da divulgação do relatório da ONU apontando que cerca de um milhão de 1 milhão de espécies de animais e plantas estão ameaçadas de extinção.

O estudo, um dos mais aprofundados sobre o tema, elencou as principais causas que ameaçam a natureza nas próximas décadas, entre elas, a exploração das fontes naturais, as mudanças climáticas e a poluição.