Queda na produção industrial reforça retração da economia brasileira

Com queda disseminada em praticamente todos os segmentos, a produção industrial no país despencou em março, comprometendo o resultado do crescimento da economia brasileira no primeiro trimestre sob o governo Jair Bolsonaro (PSL). Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (3) pelo IBGE. A produção industrial caiu 6,1% na comparação com março de 2018.

Recuo na produção industrial em abril - Foto: Marcelo Benedicto/Agência IBGE Notícias

No trimestre de 2019, a indústria brasileira recuou 0,7% na comparação com 2018 e 2,2% em relação a março de 2018— o pior resultado desde o quarto trimestre de 2016.

De acordo com o instituto, a retração mensal reflete queda em três das quatro categorias pesquisadas e em 21 dos 26 ramos, 55 dos 79 grupos e 56,9% dos 805 produtos.

O setor de produtos alimentícios, por exemplo, caiu 4,9% e a produção automobilística, por exemplo, que havia crescido 6,4% em fevereiro, registrou -3,2% em março. Também a indústria de alimentos, com -4,9%, eliminou parte do crescimento de 13,8% no mês anterior.

O segmento de indústrias extrativas despencou (-14%), assim como o de veículos automotores (-13,3%). A atividade de produtos alimentícios, também importante na composição, caiu 5%. E o de produtos farmoquímicos teve retração de 7,7%.

Dos quatro setores com aumento, o instituto destaca os impactos de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (crescimento de 5%) e de bebidas (9,9%).

Já na comparação com março de 2018, observou-se a continuidade do efeito negativo que o rompimento da barragem em Brumadinho (MG) teve nas indústrias extrativas (-14%) e automotivas (-13,3%), que exerceram as maiores influências negativas no índice de -6,1% do total da indústria.

"Os efeitos de longo prazo da tragédia de Brumadinho ainda se fazem sentir, com reflexos nas demais unidades extrativas do país”, conclui André Macedo.