Bolsonaro fala em tom de ameaça contra a Argentina e a Venezuela

Para o presidente brasileiro, a soberania desse dois países não deve ser considerada.

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Logo após afirmar que as Forças Armadas entram em cena quando a diplomacia falha, o presidente Jair Bolsonaro disse, em discurso durante cerimônia de formatura da nova turma de diplomatas do Instituto Rio Branco, que os diplomatas são responsáveis por evitar a guerra. Questionado se falava da atual crise política na Venezuela, ele negou e disse estar mais preocupado com o futuro político da Argentina.

O país presidido pelo neoliberal Maurício Macri entrou em colapso e a ex-presidenta Cristina Kirchner — perseguida por setores do Judiciário que, como no Brasil, trocou o exercício da Justiça pela politicagem — lidera as pesquisas. “Eles (diplomatas) que nos evitam entrar em guerra. Muito simples. Quando acaba a saliva, entra a pólvora. Não queremos isso. Temos que tentar a solução dos conflitos de forma pacífica, é isso”, afirmou Bolsonaro. “Se não tiver como, em um hipotético conflito, resolver na diplomacia, aí cada país decide se vai pelas últimas consequências ou não”, completou.

Em declarações à rede televisão SBT, Bolsonaro havia comparado Cristina Kirchner e Nicolás Maduro. "Mais importante do que a Venezuela no momento, é a Argentina que está a um passo, por ocasião das eleições agora de outubro, voltar para a senhora Cristina Kirchner. Que seria uma outra Venezuela aqui no fundo", vituperou 

Fissura

Durante o seu pronunciamento para a turma de formandos, Bolsonaro cumprimentou o chanceler Ernesto Araújo e disse que, juntos, vão mudar o destino do Brasil. “Quando os senhores falham, entramos nós, das Forças Armadas. E, confesso, que torcemos, e muito, para não entrarmos em campo”, declarou em tom de ameaça o presidente, que é capitão reformado do Exército. Segundo ele, o Brasil terá que ir "no limite do Itamaraty" com relação à Venezuela.

O presidente também pregou o uso da violência, incitando a passagem do Exército da Venezuela para o lado dos golpistas. “A gente espera que essa fissura que está na base do Exército vá pra cima. Não tem outra maneira. Se você não enfraquecer o Exército da Venezuela, o Maduro não cai”, comentou.