Rentabilidade e investimento da indústria desabam

Setor estratégico da economia sente os efeitos do agravamento da crise.

O cenário de reação fraca da atividade em 2018 teve reflexo na rentabilidade das empresas industriais, que mostraram resultados inferiores aos de outros ramos da economia, tendência que pode se repetir este ano, se a retomada não deslanchar, de acordo com o jornal Valor Econômico. Segundo levantamento do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), os indicadores de lucratividade do setor melhoraram no ano passado, mas de forma concentrada e insuficiente para dar início a um novo ciclo de investimentos produtivos.

No agregado de 318 companhias não financeiras com dados contábeis disponíveis, a margem líquida de lucro (relação entre lucro líquido e receita líquida) subiu de 4,3% para 7,6% entre 2017 e 2018, superando com folga o percentual de 2,7% registrado em 2014, ano anterior à recessão. Mesmo excluindo Petrobras, Eletrobras e Vale da amostra – que, pelos seus tamanhos, distorcem os resultados -, a margem líquida aumentou 1,4 ponto na passagem anual, para 5,9%, também acima do patamar de cinco anos atrás (5,6%).

Para a indústria, porém, a melhora foi bem mais tímida. No conjunto de 131 empresas do setor, desconsiderando Petrobras e Vale, o indicador avançou 0,9 ponto em 2018 sobre o ano anterior, para 4,6%. Com essa evolução, a margem líquida das companhias industriais ainda está 1,1 ponto abaixo do nível de 2014. Autor dos cálculos, Rafael Cagnin, economista do Iedi, destaca ao Valor que o avanço mais expressivo foi observado nos serviços e, em menor grau, no comércio.