Eleição na UE revela dilemas da crise no continente mais rico

Desemprego e imigração são os maiores desafios. 

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O holandês Frans Timmermans, do Partido Socialista Europeu e o alemão Manfred Weber, do Partido Popular Europeu debateram esta quarta-feira, no canal France 24, os desafios para a União Europeia depois das eleições de maio e o quadro não é animador.

Frans Timmermans diz que "para muitos europeus a realidade é bastante desanimadora. Temos 15% de jovens desempregados, e nalgumas regiões até mais de 30%. Temos uma em cada 4 crianças europeias criadas na pobreza na Europa, o continente mais rico de Terra! A diferença entre ricos e pobres em quase todos os estados membros aumentou! Isso é o que precisamos resolver. Se não resolvermos isso, se a Europa não for parte da solução, todos se voltariam para os nacionalistas para dizer: chega de Europa, vamos fazê-lo por conta própria."

Já o alemão Manfred Weber, candidato do PPE considera que "estamos a criar expectativas a que não podemos corresponder, e assim criamos desilusão para a maioria das pessoas na Europa e é por isso que há diferentes áreas de responsabilidade. E quero falar sobre a responsabilidade europeia, que é, por exemplo, o comércio. Só podemos criar empregos no futuro se tivermos um continente comercial, um continente que precisa exportar os nossos bons produtos e vamos investir no comércio. Devo dizer-lhe que os sociais-democratas no Parlamento Europeu votaram contra a ideia de começar agora uma discussão com os nossos amigos americanos para baixar as tarifas na Europa."

As últimas pesquisas  revelam que a imigração continua a ser, de longe, o problema que mais preocupa os europeus. Uma questão para a qual a União Europeia ainda não encontrou resposta, como admite Weber.

"Ainda não finalizámos a nossa abordagem para encontrar uma resposta europeia comum sobre migração. A primeira componente é o rigoroso e forte controlo das fronteiras. Temos de garantir aos cidadãos que nós, enquanto políticos, sabemos quem está em solo europeu. Os estados decidem quem chega à Europa, não os contrabandistas. Isso é pré-condição para tudo, um controlo rigoroso e forte das fronteiras. A segunda componente é o realojamento. E a terceira é um ambicioso plano Marshall para a África. Temos de ajudar o nosso continente vizinho."

Frans Timmermans concorda e diz que se o problema não se resolver, corre-se o risco de haver um confronto entre europeus.

"O que você vê é que as políticas de identidade da extrema-direita e da direita radical na Europa são instrumentalizadas e colocam pessoas contra pessoas na Europa. Isso é muito mais perigoso para o nosso futuro do que a crise migratória que podemos enfrentar se fizermos tudo o que o Manfred diz."

A informação é da Euronews