UE ignora EUA e anuncia investimentos em Cuba

Ação dos EUA contra Cuba é “ilegal”, “imoral” e “contrária ao direito internacional”,  diz embaixador europeu.

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A União Europeia (UE )aprovou o financiamento de 61,5 milhões de euros para projetos de cooperação com Cuba, no âmbito de um acordo bilateral assinado em Havana, na terça-feira (16).
O valor, que será desembolsado integralmente pela UE na forma de subvenção não reembolsável, serve para reforçar a cooperação bilateral em matéria de segurança alimentar, adaptação às alterações climáticas, energias renováveis e cultura.

No documento, assinado pelo diretor-geral para a Cooperação Internacional e Desenvolvimento da Comissão Europeia, Stefano Manservisi, e a vice-ministra de Comércio Exterior e Investimento cubana, Ileana Núñez, destaca-se a contribuição de 15 milhões de euros para o projeto Transcultura, uma iniciativa regional para promover o 500.º aniversário da fundação da cidade de Havana.

A reunião de terça-feira integra os cinco encontros acordados em maio do ano passado, quando se realizou o primeiro conselho bilateral conjunto após a entrada em vigor, de forma provisória do primeiro acordo de diálogo político e de cooperação UE-Cuba. Em novembro de 2017, o Parlamento Europeu tinha dado "luz verde" definitiva a este acordo, que condicionou ao respeito pelos direitos humanos na ilha. Cuba era o único país latino-americano sem um acordo deste género com a UE.

Segundo o diplomata Alberto Navarro, instalado na ilha caribenha, os novos regulamentos dos EUA ameaçam investimentos estrangeiros que ajudam a criar empregos e prosperidade em Cuba. Esta denúncia se deve a determinação do governo de Donald Trump em vias de ativar uma norma que permite processar nos EUA as empresas estrangeiras presentes em Cuba que gerenciam bens confiscados após a revolução, terminando com uma isenção que foi mantida por duas décadas.

Invasão

O embaixador europeu descreveu a “aplicação territorial” do governo dos EUA contra Cuba como “ilegal”, “imoral” e “contrária ao direito internacional”, já que, em sua opinião, só gena “sofrimento do povo cubano”. O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, anunciará a medida nesta quarta-feira em uma cerimônia em Miami, onde se encontrará com veteranos da operação fracassada da Baía dos Porcos. Bolton vai anunciar a aplicação do Título III da Lei Helms-Burton em um discurso em Miami.

A invasão da Bahia dos Porcos, também conhecido como invasão da praia de Girón ou Batalha de Girón foi uma operação militar lançada em 1961 pelo então presidente dos EUA John F. Kennedy, dissidentes e agentes da Agência Central de Inteligência (CIA) dos EUA para derrubar o líder cubano, Fidel Castro.

Mais cedo, Bolton anunciou que participaria de um evento com os veteranos para anunciar “medidas importantes tomadas pelo governo para enfrentar as ameaças de segurança relacionadas a Cuba, Venezuela e a crise democrática na Nicarágua”. O discurso de Bolton pretende comemorar a fracassada invasão da Baía dos Porcos em 1961, mas traz a mensagem de que o fato de ter sofrido um revés uma vez não significa que Washington não tentará novamente.

Desde 1960, o governo de Washington impôs múltiplos bloqueios e sanções contra o país caribenho que impediram a ilha de desenvolver seu potencial social e econômico devido ao impacto da medida nas transações. No entanto, essas sanções foram estendidas pela administração Trump, apesar das moderações feitas em 2015 pelo governo do ex-presidente dos EUA, Barack Obama.

As informações são da RPT e do site Geonotícias