Investimento na área social é o menor desde 1947, diz Ciro Gomes

No lançamento do Observatório Trabalhista, em Brasília, apresentado pelo vice-presidente do PDT, Ciro Gomes, foram destacados alguns índices econômicos que revelam um país estagnado e com índice alarmante de desemprego. 

Ciro Gomes - Divulgação/PDT

De acordo com o balanço, em 100 dias de governo, o investimento na prosperidade do Brasil foi ignorado.

Ao mesmo tempo, o Brasil fez acordos para entregar a base de Alcântara com os Estados Unidos, em uma negociação sem contrapartida, assim como a alteração na política de vistos, que passa a permitir a entrada de estadunidenses no País de forma irrestrita, mantendo, porém, as exigências para os brasileiros que desejam visitar aquele país.

Um dos destaques da apresentação foi a análise dos índices econômicos – que apresentaram queda acentuada -, e nos investimentos na área social, o menor desde 1947, quando esse índice começou a ser aferido.

“Esse é um número que nós temos que vigiar, porque o que importa, hoje, para a população brasileira, são as 27 mil obras paradas no Brasil. Nenhuma delas foi retomada nesses 100 dias”, alertou Ciro.

Em relação à evolução do desemprego, que hoje já chega a 13,1 milhões de desempregados no País, os gráficos apresentados denunciam a falta de uma previsão de queda.

Também chamou a atenção dos pedetistas os cerca de 30 milhões pessoas da chamada população subutilizada, “um dos indicadores mais trágicos da deterioração econômica de uma nação”, frisou Ciro.

“Você tem capacidade de produzir 100 e está produzindo 70, 40, 30, porque a economia não dá espaço, mesmo para que você empregado, utilize plenamente a sua capacidade de utilização”, explicou.

Reforma da Previdência

Em relação ao modelo de Reforma da Previdência proposto pelo Governo, cujo texto é reprovado pelo PDT, a proposta do partido é um novo modelo de Previdência, assentada em três pilares, conforme apresentou Ciro.

A primeira de natureza social e de acesso incondicional, com despesa despendida pelo Tesouro Nacional, com o valor de um salário mínimo, em direção ao Programa de Renda Mínima de Cidadania que atingiu o parâmetro de idade mínima, discutida por região, gênero e especificidades profissionais. Professor, policial, trabalhador rural e pessoas que trabalham em condição insalubre ou riscos inerentes à função de trabalho serão tratadas distintamente nos acessos.

O segundo pilar é o de repartição, submetido a um teto negociado de R$ 4.000,00 a R$ 5.000,00, garantido pelo Governo. E o terceiro é um sistema novo de capitalização público, do qual a contribuição patronal faz parte e cuja gestão será pelos coletivos de trabalhadores e o dinheiro regrado, vinculado o investimento produtivo com uma transição de 10 anos obrigando a risco mínimo.

A proposta do PDT, de acordo com Ciro, é o lançamento de um sistema por meio do qual a idade mínima para a aposentadoria seja vinculada a uma fração móvel da expectativa de vida oficialmente atualizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Questionado sobre as possíveis consequências que, caso seja aprovado, o texto da reforma da Previdência apresentado pelo Governo pode trazer para o trabalhador rural, Ciro foi contundente: “Nós estaríamos produzindo uma imensa e precoce legião de mendigos de idade elevada no Brasil. Uma crueldade inominável”, afirmou.