Renato Rabelo defende frente ampla em defesa da democracia

O presidente da Fundação Maurício Grabois, Renato Rabelo, classificou o governo Bolsonaro como um regime de crise e como tal pode ser um fator a justificar uma saída autoritária “mais extremada” para o país.

Por Iram Alfaia

Renato Rabelo - Reprodução da Internet

“Esse é o grande perigo que nós vivemos, portanto, é necessário unir em nosso país todas as forças democráticas numa ampla frente em defesa da democracia e da nossa soberania para isolar um regime como esse”, defendeu Renato Rabelo durante a abertura nesta quarta-feira (10) da reunião do Observatório da Democracia, que apresentou o “Relatório sobre Governo Bolsonaro: 100 dias”.

Rabelo associou a situação brasileira ao crescimento da extrema direita no Ocidente. Segundo ele, a crise atual do capitalismo com a quarta revolução industrial, a desvalorização e destruição do trabalho tem levado às classes dominantes a apoiarem regimes de extrema direita.

“Boa parte da classe dominante capitalistas começa a apoiar regime de extrema direita para tentar sustentar essa fase do capitalismo”, argumentou.

O bolsonarimos, segundo sua avaliação, gira a roda da história para trás, destrói a política no seu estágio superior para retomar sua fase primária que é a violência.

“O Brasil já vem sacrificando a democracia com o golpe parlamentar que destitui Dilma (Rousseff) e com a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva”, pontuou.

Observatório da Democracia

O encontro do Observatório, que reúne as sete fundações dos partidos de oposição, foi prestigiado por diversas entidades e parlamentares das mais diferentes agremiações. O evento ocupou três plenários das comissões da Câmara dos Deputados.

O relatório de seis páginas fez um diagnóstico dos cem dias do governo Bolsonaro com informações técnicas sobre as políticas públicas que deixaram de ser implementadas nesse período. São informações que vão subsidiar as ações políticas de parlamentares e partidos.

O presidente da Fundação Perseu Abramo, do PT, Marcio Pochmann, diz que o trabalho do Observatório valoriza a democracia no enfrentamento e resoluções de problemas que atingem o conjunto do povo brasileiro, especialmente os mais pobres.

“Isso no momento que vivemos um período mais longevo de declínio da economia nacional, sem paralelos na história, em relação ao desemprego, a subutilização da força do trabalho e o retorno problemas que já haviam sido superados como a pobreza, sobretudo o aumento das desigualdades”, disse.

O presidente da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, do Psol, Francisvaldo Mendes, classificou o governo Bolsonaro como confuso, sem programa e estratégia. “Ele é um governo que na verdade vem para jogar confusão e beneficiar o capital financeiro como falou aqui o Renato (Rabelo)”, afirmou.

O líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Daniel Almeida (BA), diz que é um fundamental os parlamentares e partidos contarem com a estrutura do Observatório. “Simboliza a necessidade de formação de um amplo movimento em defesa da democracia. Vai municiar a sociedade e os movimentos sociais com dados e análises para a construção de um caminho necessário ao enfrentamento aos ataques a democracia e soberania”, afirmou o líder.

Lei aqui o relatório na íntegra