PCdoB e o sindicalismo: Tarefas do 8° Encontro Nacional

O PCdoB realizou no último fim de semana a 8ª edição do encontro de comunistas com atuação na frente sindical.

Por Eduardo Navarro*

PCdoB sindicalismo

A constatação de todos os participantes é de que foi um evento vitorioso não só pelo grande número de participantes – mais de trezentos quadros sindicais de importantes entidades, oriundos de 23 estados e do Distrito Federal – mas, igualmente, pela atualidade da pauta que debateu, dentre outras questões, a emergência de um sistema sindical classista, representativo e estruturado com sustentação financeira e material a partir dos próprios trabalhadores e trabalhadoras.

Além das questões sindicais, o encontro apresentou uma pauta do partido relacionada à linha de atuação dos comunistas e a estruturação partidária. O tema trouxe como prioridade o lançamento de candidaturas de sindicalistas para a disputa eleitoral de 2020.

A última mesa do encontro se transformou em um rico momento formativo ao abordar a relação do incremento tecnológico no processo produtivo – 4ª Revolução Industrial ou Indústria 4.0 – e seus impactos sobre a classe trabalhador e sobre a organização sindical, sendo identificado a necessidade de se realizar um seminário nacional para o aprofundamento da discussão.

Na minha opinião, o ponto alto do encontro foi o que tratou da vida partidária, posto que devemos cuidar mais e melhor do partido como expressa uma consigna nossa.

A relevância do tratamento na atualidade está relacionada à brutal cruzada difamatória iniciada com a campanha de Bolsonaro – e ainda em curso – tendo como objetivo conter as possibilidades de organização da resistência popular e liquidar com os comunistas e seu arcabouço teórico.
Mas o cuidado com o partido não se dá apenas para defende-lo dos ataques da extrema-direita. A cláusula de barreira se coloca como um impedimento para que os(as) comunistas possam se vincular livremente com a classe trabalhadora e com o povo brasileiro. Para que possamos participar dos debates nas arenas públicas, nos espaços de representação dos trabalhadores e trabalhadoras, na defesa de suas reivindicações, para nos mantermos na resistência popular é necessário um partido forte e estruturado.

Neste sentido, o 8º encontro sindical do partido indicou um conjunto de resoluções que devem ser encaminhadas pelo conjunto da militância, destaco três resoluções. A oitava resolução conclama os e as sindicalistas a reforçar, com suas candidaturas a vereador ou vereadora, as chapas no pleito eleitoral do próximo ano dando sustentação política ao Projeto 2020.

Segunda está relacionada com a abertura do para os trabalhadores e trabalhadoras em geral, e der forma destacada as lideranças das empresas e categorias estratégicas. A organização da campanha nacional de filiação dos trabalhadores e trabalhadoras deve estar ancorada no Plano de Estruturação do Partido, PEP, para direcioná-los para as organizações de base, dando vida real às OB’s e frações.

A terceira resolução aponta para a necessidade de alocar os quadros partidários. Há um acúmulo de experiência dos quadros sindicais que desempenham importante papel na direção das entidades sindicais. Administram muito bem os sindicatos de base e as entidades superiores, dirigem assembleias, organizam pautas de reivindicações, negociam com os patrões e fazem greves fortes, por vezes até longas. Está na hora de disponibilizar ao partido tão vasta experiência e capacidade de direção. Cresce o partido, cresce a pauta e a agenda trabalhista, enfim, cresce a fisionomia dos trabalhadores e trabalhadoras no seio do partido.