Encontro Nacional do PCdoB debate desafios para o novo sindicalismo

Começou na tarde desta sexta-feira (5), no Recife (PE), o 8º Encontro Nacional Sindical do PCdoB. Cerca de 300 lideranças, de 22 estados e do Distrito Federal, estão reunidas para debater os desafios para a construção de um novo modelo de sindicalismo para o País. “Precisamos romper com as práticas velhas, atrasadas, e defender, sim, a bandeira do socialismo”, resumiu o sindicalista Adilson Araujo, que fez a primeira intervenção especial do Encontro.

Encontro Sindical Nacional do PCdoB - Elimar Caranguejo

Segundo Adilson, que é presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), o movimento sindical está sob ofensiva, seja por meio de medidas provisórias, seja devido às mais de 80 ações judiciais contrárias aos interesses dos trabalhadores . Com isso, a batalha pela “sobrevivência material das entidades sindicais” se torna uma prioridade. “Se as centrais é que fazem o diálogo institucional, não dá para desconsiderar a importância da manutenção de sua estrutura.”

“Perdemos a narrativa e sofremos uma derrota estratégica. É hora de refletir sobre a necessidade de desenhar um novo tempo. No futuro, o modelo de sindicato não será o mesmo de hoje”, avaliou Adilson. “Teremos de incorporar os trabalhadores terceirizados e os desempregados, além de fazer fusões e incorporações de entidades. A comunicação demanda um projeto estruturante, uma rede nacional. Para reforçar a unidade, o movimento tem de levantar a bandeira de uma nova Conclat (Congresso Nacional da Classe Trabalhadora).”

Convocado em caráter extraordinário – devido, sobretudo, à vitória da extrema-direita nas eleições 2018 e à pauta ultraconservadora do governo Bolsonaro –, o 8º Encontro Sindical do PCdoB vai até este sábado (6). Pela primeira vez, os debates contam com a participação de sindicalistas que eram vinculados ao PPL (Partido Pátria Livre), recém-incorporado ao PCdoB. No meio sindical, essas lideranças atuam junto à CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil).

“A união do PCdoB e do PPL dá início a uma grande força anti-imperialista, socialista, comunista. O ponto central de nosso combate de resistência é a unidade da classe operária e do povo brasileiro”, declarou Ubiraci Dantas, o Bira, presidente da CGTB e agora membro do Comitê Central do PCdoB.

O sindicalista defendeu também a realização de um congresso extraordinário para fundir CTB e CGTB. “Já existe a semente de uma central sindical mais forte e ainda maior. Não podemos tolerar quem joga pesado na televisão, mas faz acordo por debaixo dos panos. Queremos uma grande central para lutar cada vez mais ao lado dos trabalhadores.”

Do Recife,
André Cintra