Líder do PDT quer barrar desconstitucionalização da PEC da Previdência

Em entrevista à Carta Capital, o líder do PDT na Câmara dos Deputados, André Figueiredo (CE), falou da atuação da oposição contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 06/2019 da reforma da previdência. A matéria está sendo avaliada na Comissão de Constituição e Justiça daquela casa.

Líder do PDT na Câmara André Figueiredo (CE)

Ele diz que o primeiro passo da oposição na CCJ será barrar a desconstitucionalização dos direitos previdenciários que estão na proposta.

“Acredito que conseguiremos ganhar, até porque os partidos de centro também estão contra. Remeter tudo para a Lei Complementar para facilitar mudanças na Previdência e tirar a proteção que a Constituição de 88 deu ao nosso país”, disse o líder.

Segundo ele, a proposta é tão ruim que há sequer como remendá-la. “Mas apresentaremos tópicos para levar essa discussão para a sociedade. Tirar esse debate de dentro do parlamento e levá-lo para as ruas. Uma eventual reforma tem que partir do pressuposto de não tirar direitos de quem já não tem quase nada”, afirmou.

Questionado sobre o que mudou desde que lideranças como Ciro Gomes aceitavam dialogar com o governo, o líder explicou que na convenção nacional, maior órgão de deliberação, o partido fechou questão contra a proposta.

“Como preliminar, essa proposta do Bolsonaro é praticamente impossível de ser discutida. A bancada se reuniu com o presidente Lupi e deixou muito claro: o PDT é contra esse projeto de reforma”, explicou.

Na sua avaliação, a PEC do jeito que está não será aprovada. O governo está completamente perdido na articulação política.

“E está à deriva em vários setores, basta ver o que aconteceu no Ministério da Educação de alguns dias pra cá. É uma desarticulação nunca antes vista na Câmara. Acho que Bolsonaro ainda não caiu na realidade”, analisou.