PF contesta Polícia Civil: há fraude na investigação do caso Marielle?

Prestes a completar um ano, a execução da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes, continua sem respostas. Nesta quinta-feira (21), uma operação da Polícia Federal pôs sob dúvida a principal linha de investigação da Polícia Civil. Depois de cumprir oito mandados de busca e apreensão, a PF acredita que houve obstrução das investigações do crime. A operação também evidencia outra hipótese para o homicídio, envolvendo políticos da Assembleia Legislativa.

Marielle Franco - Reprodução

A PF não divulgou o nome das oito pessoas que foram alvo dos mandados. Segundo a TV Globo, porém, uma das buscas e apreensões ocorreu na casa do ex-deputado estadual Domingos Brazão, conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado do Rio. Outras duas teriam ocorrido nas casas do delegado da Polícia Federal Hélio Kristian de Almeida e do ex-agente da PF Gilberto Ribeiro da Costa. Os dois têm estreitas ligações com Brazão, segundo policiais.

Outro alvo da ação desta quinta foi o policial militar ouvido na investigação da Polícia Civil como testemunha-chave do caso. Esse PM apontou Orlando Araújo, o Orlando de Curicica (acusado de ser miliciano e preso no Rio Grande do Norte), e o vereador no Rio Marcello Siciliano (PHS) como envolvidos na morte de Marielle e Anderson.

A PF começou sua apuração em novembro, depois de receber denúncias de que agentes do Estado teriam agido para prejudicar as investigações do caso, a cargo da Delegacia de Homicídios da capital, da Polícia Civil. A entrada da PF no caso foi determinada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

Em dezembro, o general Richard Nunes, então secretário de Segurança Pública do Rio, disse que Marielle havia sido morta porque milicianos acreditaram que ela poderia atrapalhar negócios ligados à grilagem de terras na zona oeste do Rio. Segundo ele, o crime vinha sendo planejado desde 2017. Mas colegas de Marielle estranhavam hipótese para o crime investigada pela polícia – a vereadora não tinha atuação nessas disputas localizadas.

Com informações do Estadão