Ministro de Bolsonaro é notificado pelo STF e pede desculpas públicas

O ministério falastrão do governo Bolsonaro teve de recuar de mais uma declaração preconceituosa e polêmica. Desta vez, foi o ministro Ricardo Vélez Rodríguez (Educação), colombiano de nascimento, que se desculpou publicamente por ter insultado os brasileiros em entrevista à revista Veja. Notificado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Vélez foi ao Twitter e se retratou.

Ricardo Vélez

“Amo o Brasil e o nosso povo, de forma incondicional, desde a minha chegada aqui, em 1979 e, especialmente, desde a minha naturalização como brasileiro, em 1997”, escreveu o ministro, que atribuiu a controvérsia à publicação semanal da Editora Abril. “A entrevista à revista Veja colocou palavras minhas fora de contexto. Peço desculpas a quem tiver se sentido ofendido”, tuitou.

Vélez foi entrevistado pela Veja na edição de 6 de fevereiro – ele foi o personagem da seção “Páginas Amarelas”. Conforme seu depoimento à revista, “o brasileiro viajando é um canibal”, que “rouba coisas dos hotéis, rouba o assento salva-vidas do avião; ele acha que sai de casa e pode carregar tudo”.

Criticado nas redes sociais e até dentro do governo por suas palavras xenófobas e caluniosas, Vélez tentou ignorar a repercussão. No entanto, em praticamente todas as agendas das quais participava, ele era questionado a respeito de sua fala desastrosa.

O ministro da Educação chegou a ser alvo de interpelação criminal do advogado Marcos Aldenir Ferreira Rivas, que lhe cobrou satisfações sobre a entrevista à Veja. Na quinta-feira (14), a ministra Rosa Weber, do STF, notificou Vélez a se apresentar em até dez dias para prestar esclarecimentos. Embora se tratasse de um convite, e não de uma convocação, a iniciativa do Supremo realçou a gravidade do depoimento do ministro.