Europeus chancelam golpe na Venezuela; Rússia denuncia “ingerência” 

A Rússia denunciou, nesta segunda-feira (4), a tentativa de interferência por parte da Europa nos assuntos internos da Venezuela. Nas últimas 24 horas, os países europeus alinhados à Casa Branca reconheceram o golpista Juan Guaidó como “presidente encarregado” da nação sul-americana.

Maduro

 “Percebemos as tentativas de legitimar a usurpação do poder como uma ingerência direta e indireta nos assuntos internos da Venezuela”, disse à imprensa o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov. “Isso não favorece, em nenhum caso, uma solução pacífica, eficaz e viável para a crise que a Venezuela atravessa.” Segundo o porta-voz, apenas os venezuelanos devem encontrar uma solução.

Vários países europeus anunciaram, nesta segunda, que reconhecem o presidente da Assembleia da Venezuela, Juan Guaidó, como “presidente encarregado” do país para que convoque rapidamente uma eleição presidencial. De forma insolente, Espanha, França, Alemanha, Reino Unido, Portugal e Holanda haviam dado um ultimato até este domingo para que o presidente legítimo, Nicolás Maduro, convocasse eleições.

Mas a manobra coordenada das grandes nações europeias foi em vão. Em entrevista neste domingo (3) ao canal espanhol La Sexta, Maduro rejeitou o ultimato e disse que não dará “o braço a torcer por covardia frente às pressões” dos que exigem sua saída. De acordo com o líder venezuelano, a elite governante da Europa está seguindo a agenda do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O golpista Guaidó, presidente da Assembleia Nacional (controlada pela oposição), proclamou-se líder interino no mês passado, mesmo sem base legal. A medida dividiu as potências globais. Trump o reconheceu imediatamente, e nações da União Europeia apoiam o golpe, embora algumas tenham expressado reservas com o precedente global de uma autodeclaração. Já Rússia e China apoiam Maduro.

Da Redação, com agências