Mensagem tosca do MEC contra “jornalista da KGB” vira piada nas redes

Um comunicado do Ministério da Educação (MEC), publicado na noite de ontem (30), virou piada e viralizou na internet devido aos erros de português, teoria conspiracionista envolvendo o antigo serviço secreto comunista, a KGB, e ataques ao jornalista Ancelmo Gois, do O Globo.

velez gois

Para “rebater” a notícia dada pelo colunista do jornal O Globo, Ancelmo Góis, de que o Instituto Nacional de Educação de Surdos está tirando do ar vídeos sobre personagens como Karl Marx, Friedrich Engels, Marilena Chauí, Antonio Gramsci e Friedrich Nietzsche, o ministro da Educação Ricardo Vélez Rodrigues está usando o perfil oficial da pasta no facebook para atacar o jornalista. Em nota publicada na página do MEC, Ancelmo, um dos mais respeitados jornalistas brasileiros, é chamado, em um perfil do governo federal e cujos administradores são portanto pagos pelo contribuinte, de “agente da KGB”, a polícia da extinta União Soviética.

A nota do MEC cita uma entrevista dada ao site da ABI em 2009 em que o jornalista contou como, na juventude, aos 20 anos, tinha sido militante do Partido Comunista Brasileiro e ido para a União Soviética estudar. Hoje Ancelmo tem 70 anos. Ou seja, 50 anos se passaram, mas não para o ministro da Educação de um governo que vive nos tempos da guerra fria e do macartismo, quando pessoas eram perseguidas apenas por se situar ideologicamente à esquerda. A paranoia anticomunista está tomando conta dos órgãos públicos. E com nosso dinheiro.

Além disso, usuários do twitter estão desmentindo a afirmação do MEC de que alguns vídeos foram tirados do ar antes de Vélez assumir o ministério. Um vídeo, por exemplo, sobre Feminismo, foi censurado há poucos dias.

O perfil de Vélez no twitter também reproduziu a nota utilizando o perfil da assessoria de comunicação social do ministério, também paga pelos cidadãos.

Atacar um jornalista por meio de um perfil oficial do governo federal nas redes sociais é um grave atentado à liberdade de expressão e de imprensa, garantida na Constituição, utilizando a estrutura do Estado. Este fato torna absolutamente necessário que o neomacartismo de Bolsonaro e seus auxiliares seja investigado. 

Piada nas redes

A péssima qualidade do texto do comunicado, os diversos erros de português e a bizarra teoria da conspiração que ele dissemina motivaram muitas críticas e piadas nas redes sociais. Confira abaixo algumas delas:

Fonte: Socialista Morena e Paraná Portal