Venezuela: Grupo de Lima viola lei internacional

 Especialista venezuelano explica que a direita não tem razão alegar falta de democracia no país. 

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O Grupo de Lima viola um dos princípios básicos do direito internacional — a não intervenção nos assuntos internos dos países, disse o observador político venezuelano Vladimir Adrianza Salas. Adrianza fez as declarações depois que 13 dos 14 países latino-americanos do Grupo de Lima, exceto o México, assinaram na sexta-feira uma declaração em Lima, capital do Peru, pedindo ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que não cumpra outro mandato a partir de 10 de janeiro, devido a alegadas violações da democracia.

Adrianza rejeitou as alegações de que a oposição não estava livre para participar e o processo não tinha transparência. "Mais de 24 processos eleitorais foram realizados na Venezuela nas últimas duas décadas. Essas eleições foram realizadas usando o mesmo sistema eletrônico com uma auditoria aberta", disse ele. "Maduro foi eleito por mais de 67% dos eleitores. Vale a pena notar que 100% dos resultados foram auditados por todos os partidos políticos participantes, sem inconsistências que lançariam dúvidas sobre o resultado obtido", disse Adrianza.

A declaração do Grupo de Lima faz parte de uma estratégia maior do Departamento de Estado dos EUA para derrubar o governo venezuelano "promovendo a guerra civil na Venezuela, disse ele. Outra exigência importante do Grupo de Lima é que Maduro reconheça o poder da Assembleia Nacional, uma instituição que se diz estar em desacordo com o Tribunal Superior de Justiça da Venezuela (TSJ).

A Assembleia Nacional tem estado em desacordo desde que se reuniu em 2016, dando posse a deputados cujas eleições foram contestadas devido a acusações de fraude, violando uma decisão da mais alta corte da Venezuela. De acordo com a Constituição e as leis venezuelanas, a assembleia "não tem validade", disse Adrianza. A assembleia controlada pela oposição, disse ele, "tenta legitimar os interesses internacionais que apoiam a oposição venezuelana para produzir uma mudança de governo na Venezuela".

A Assembleia Nacional Constituinte (ANC), principal órgão legislativo da Venezuela, vem preenchendo o vazio deixado pela Assembleia Nacional em questões legislativas.
Embora exista um risco real de conflito militar na Venezuela, uma vez que "há muitos interesses em jogo", disse Adrianza, a solidariedade internacional está começando a se manifestar "por parte dos povos latino-americanos e do mundo inteiro". No entanto, a solidariedade internacional, juntamente com a participação de pessoas comuns e intelectuais, pode defender a soberania e a autodeterminação da Venezuela, disse Adrianza.

A informação é da agência Xinhua